Mulher adota filhos de amiga assassinada para impedir separação de crianças em Coité: ‘não poderia deixá-los quando mais precisaram’

25/07/2023 04:52 • 2m de leitura

A funcionária pública Valdelice da Cruz Almeida, de 41 anos, adotou os três filhos da amiga Rosinete Nery de Lima, 35 anos, depois que a mulher, que também era vizinha dela, foi assassinada, em julho do ano passado, no bairro Mansão, em Conceição do Coité, na região sisaleira da Bahia. Segundo Valdelice da Cruz Almeida, que é analfabeta e atualmente é responsável pela limpeza do Conselho Tutelar do município, a decisão de adotar os meninos, que têm 11, 9 e 7 anos, foi tomada principalmente para que eles não fossem separados em um orfanato. “Eu tinha um carinho muito grande pela Bina (como Rosinete era conhecida), e já ajudava a cuidar dos meninos quando ela era viva e não poderia deixá-los sozinhos quando mais precisaram de mim”, contou a funcionária pública. Após a morte da amiga, que completa um ano na próxima segunda-feira (31), Valdelice tratou de entrar em contato com o pai do menino para conseguir a guarda. No momento, ela tem a provisória do mais velho e a permanente dos dois mais novos.

Baiana adota filhos de amiga para que crianças não fossem separadas em orfanato — Foto: G1-BA

A funcionária pública ajudou o pai do menino a tirar documentos, para conseguir transformar a guarda provisória do garoto em permanente. “As pessoas falam que fiz isso para conseguir algum benefício, mas foi por amor. A Bina era como uma irmã para mim, tentei ajudar ela a sair do vício da bebida, não consegui, mas quero o bem dos meninos”, contou. Valdelice Almeida é casada e tem três filhos biológicos. O marido dela sofreu um acidente de trânsito há alguns meses e está impossibilitado de trabalhar. Com isso, a funcionária pública passou a sustentar a família apenas com seu salário. “Ficou complicado, mas graças a Deus nunca deixei faltar nada para os meninos. Meu sonho é construir o quarto para eles”, disse Valdelice Almeida.

Mulher adotou três filhos da amiga em Coité — Foto: G1-BA*

Mesmo com as dificuldades, a funcionária pública se sente feliz por ter conseguido manter os irmãos juntos. “Eu tenho um amor muito grande por eles e é bonito ver que estão juntos, que vão pra escola e são crianças felizes”.

G1-BA*

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