O Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) condenou 17 pessoas por colocar soda cáustica e água oxigenada no leite produzido na região de Chapecó, no oeste catarinense. O crime foi descoberto em 2014, durante uma operação na região e a decisão foi divulgada na segunda-feira (5). As informações são do portal G1. Entre os envolvidos estão representantes de quatro laticínios, duas cooperativas, uma transportadora e uma empresa comercializadora de produtos químicos, além de funcionários. As penas somam 145 anos, seis meses e cinco dias de prisão, além do pagamento de, no total, R$ 240 mil. Durante as investigações, laudos comprovaram a presença de produtos químicos em leite cru para manter a conservação e mascarar a má qualidade do produto. De acordo com o judiciário, a adição desses produtos era feita para que o leite destinado a outros estados fosse conservado até a chegada ao destino. “Quando por algum motivo o leite in natura não era recebido (porque percebiam a fraude ou o leite chegava fora dos padrões), esse mesmo leite, em vez de ser descartado, era direcionado para a fabricação de queijo nos laticínios, evitando perdas e garantindo o aumento dos lucros”, informou o TJSC. A água oxigenada era adicionada ao leite por ter efeito antibacteriano, disfarçando as más condições de produção, conservação e transporte do produto, enquanto a soda cáustica é capaz de burlar a contagem de bactérias, fazendo o produto fora dos padrões de qualidade aparentar estar em condições regulares. O grupo foi condenado por falsidade ideológica por adulteração de documentos; vender, ter em depósito para vender ou expor à venda ou, de qualquer forma, entregar matéria-prima ou mercadoria em condições impróprias ao consumo; e corromper, adulterar, falsificar ou alterar substância ou produto alimentício destinado a consumo, tornando-o nocivo à saúde ou reduzindo-lhe o valor nutritivo. Cabe recurso.