Desde novembro de 2017, a Vale e a TÜV SÜD sabiam que a Barragem I, da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana da capital, não apresentava condições favoráveis de segurança. Havia, inclusive, um documento que indicava que, no pior cenário, 215 pessoas morreriam em caso de rompimento. A empresa “calculava” que, a cada vida perdida, teria que desembolsar dois milhões e 600 mil dólares. “Era uma gestão opaca. A Vale impôs uma ditadura corporativa e escondeu os riscos da sociedade e do poder público”, afirmou o promotor e coordenador da força-tarefa do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), William Garcia Pinto Coelho. A quatro dias da tragédia de Brumadinho completar um ano, o MPMG denunciou 16 pessoas por 270 mortes. Entre os denunciados está o ex-presidente da Vale, Fabio Schvartsman. Se os suspeitos forem condenados a 30 anos por cada homicídio doloso (quando a pessoa tem a intenção de matar), a pena individual seria de 8.100 anos. Além disso, as 16 pessoas foram denunciadas por crimes ambientais e as duas empresas também terão que responder pelos mesmos delitos.