A vacina chinesa que será testada pelo Instituto Butantan no Brasil chegou ao país na madrugada desta segunda-feira. O carregamento foi trazido por um voo de Frankfurt, na Alemanha, que aterrissou no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O imunizante é produzido pela empresa Sinovac Biotech e é a segunda fórmula testada oficialmente em solo brasileiro, junto da candidata criada pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido), que anunciou nesta segunda-feira que testes preliminares indicam que a fórmula é segura e induz resposta imune. Segundo o G1, as vacinas devem chegar ao Butantan ainda nesta segunda-feira. Na primeira etapa de testes, já autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), serão vacinados profissionais de saúde de São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná, além do Distrito Federal. O anúncio da parceria do governo de São Paulo com o laboratório chinês foi feito pelo governador João Doria (PSDB) em 11 de junho. Os testes abarcarão 9 mil voluntários. A vacina foi criada a partir de cepas inativas do coronavírus Sars-CoV-2. As etapas anteriores, que envolveram testes em animais e também em seres humanos, ocorreram na China. Agora, a testagem precisa ser feita em populações mais expostas ao vírus, caso do Brasil. Também será testada na Turquia, em Bangladesh e no Chile. No Brasil, haverá transferência de tecnologia da empresa chinesa para o Butantan, o que vai garantir a produção local da vacina, caso ela se mostre segura e eficaz. Os testes serão feitos voluntariamente em profissionais de saúde, que estão na linha de frente no combate ao vírus e, por isso, estão mais expostos a ele. Cada um vai receber duas doses da vacina ou de um placebo. A aplicação do placebo é importante para comparar com os resultados do grupo que recebeu a substância verdadeira. Está vetada a participação de quem tenha doenças que comprometam o sistema imunológico, de grávidas e de quem esteja planejando engravidar. Embora a previsão seja de 12 meses de testagem, o pesquisador Ricardo Palacios, do Butantan, disse neste mês que ainda em 2020 será possível ter alguma informação preliminar sobre a eficácia da vacina. Segundo o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, o governo já tem a reserva de 60 milhões de doses da vacinas caso sua eficácia seja comprovada pelos estudos que estão sendo realizados no país e em outros países. As doses serão entregues ao Ministério da Saúde, que determinará como será sua distribuição.