Um grave acidente aéreo chocou os Estados Unidos na noite desta quarta-feira (29). Um jato de passageiros Bombardier CRJ700 da American Airlines colidiu no ar com um helicóptero Sikorsky H-60 do Exército dos EUA enquanto se preparava para pousar no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington. O impacto entre as aeronaves resultou na queda de ambos no Rio Potomac, localizado nas proximidades do aeroporto.
No momento da colisão, o avião transportava 60 passageiros e quatro tripulantes, enquanto o helicóptero realizava um voo de treinamento com três militares a bordo. A tragédia mobilizou uma operação de resgate massiva, com cerca de 300 socorristas foram deslocados para as buscas. No entanto, John Donelly, chefe do Corpo de Bombeiros de Washington, acabou de comunicar, na manhã desta quinta-feira (30), que acredita que não houve sobreviventes. O primeiro alerta foi emitido às 20h48 (horário local), e as equipes chegaram ao local dez minutos depois, iniciando os trabalhos imediatamente. Mais cedo, a prefeita de Washington, Muriel Bowser, participou de uma coletiva de imprensa, mas evitou dar detalhes sobre a situação das vítimas. “Não posso dizer nada sobre a operação de resgate agora”, declarou.
A US Figure Skating, entidade que regula a patinação nos EUA, informou que membros da comunidade de patinagem, incluindo atletas, treinadores e familiares, estavam no avião da American Airlines. Alex Schauffler, diretor de comunicação da organização, lamentou profundamente o ocorrido. O governo russo também confirmou que havia patinadores artísticos e cidadãos russos a bordo. Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, o presidente Vladimir Putin não pretende entrar em contato com Donald Trump para tratar do acidente.
A Administração Federal de Aviação (FAA) determinou a suspensão de todas as decolagens e pousos no Aeroporto Reagan até às 11h da manhã (horário local) de quinta-feira. Os voos estão sendo transferidos para o Aeroporto Internacional Marshall de Baltimore-Washington. A investigação sobre as causas da colisão já está em andamento, conduzida pelo Exército e pelo Departamento de Defesa. Em um comunicado no X (antigo Twitter), o secretário de Defesa, Pete Hegseth, garantiu que os fatos serão apurados com rigor.
Registros de áudio do controle de tráfego aéreo mostram que, segundos antes do impacto, os controladores perguntaram ao helicóptero se ele tinha o avião à vista e autorizaram a passagem próxima. Um membro da tripulação do helicóptero respondeu que “a aeronave está à vista” e solicitou “separação visual”, permitindo que ele voasse em uma distância menor do que a padrão. Pouco depois, ouviu-se uma movimentação no áudio e, em seguida, os controladores tentaram desviar outras aeronaves da rota do desastre.
O presidente Donald Trump comentou o acidente em sua plataforma Truth Social, criticando as táticas do helicóptero e o papel dos controladores de tráfego aéreo. “O avião estava em uma linha de aproximação perfeita e rotineira por um longo período de tempo em uma noite clara. Por que o helicóptero não subiu, desceu ou virou? Por que a torre de controle não disse ao helicóptero o que fazer em vez de perguntar se eles viram o avião?”, questionou Trump, que agradeceu aos socorristas e classificou a noite como “terrível”. Robert Isom, CEO da American Airlines, também se manifestou em um vídeo publicado no site da empresa, garantindo total cooperação com as autoridades na investigação. “Tudo o que podemos fazer, estamos fazendo”, afirmou.
Enquanto os Estados Unidos investigam o desastre, dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) revelam que o Brasil registrou, em 2024, o maior número de acidentes aéreos da década. Foram 33 ocorrências envolvendo aviões e helicópteros, resultando em 137 mortes. Os dados também apontam que a maioria dos acidentes ocorreu com aeronaves privadas e de uso agrícola, representando 81% do total. A crescente frota aérea no país é um fator de preocupação, segundo especialistas, pois muitas das aeronaves em operação são modelos de pequeno porte, considerados mais vulneráveis a incidentes.
A colisão em Washington reacende o alerta global sobre segurança aérea e o monitoramento do tráfego, intensificando os debates sobre medidas preventivas para evitar novas tragédias nos céus.
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