O Brasil encerrou o trimestre outubro, novembro e dezembro com a taxa de desemprego em 11%, mostraram os números divulgados pela PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), nesta sexta-feira (31). Essa é a menor taxa do trimestre terminado em dezembro desde 2015, quando atingiu 8,9%, segundo os dados disponibilizados pelo IBGE. O resultado coincide com a expectativa dos economistas ouvidos pela Bloomberg, que esperavam que a taxa desemprego atingisse 11%. Marcado pelo Natal e início do verão, o último mês do ano passado ainda registrou um alto número de desempregados, com 11,6 milhões de brasileiros que seguiam sem ocupação. Mas o número caiu 7,1% em relação ao trimestre anterior, o equivalente a 883 mil pessoas. O índice de desemprego também caiu, já que no trimestre encerrado em setembro ela ficou em 11,8%. Na comparação com o mesmo período de 2018, houve queda de 0,6 ponto percentual. A média anual de desemprego ficou em 11,9%, um recuo comparado ao ano anterior, quando ficou com 12,3%. “Porém, na comparação com o menor ponto da série, quando atingiu 6,8 milhões em 2014, a população sem trabalho quase dobrou, crescendo 87,7% em cinco anos”, disse o IBGE. Foram 12,6 milhões de desocupados em média no ano de 2019, um recuo de 1,7%, ou 215 mil pessoas a menos, em relação a 2018. O trabalho informal atingiu seu maior contingente desde 2016 no Brasil, com 41,4% da força de trabalho, ou o equivalente a 38,4 milhões de pessoas, apesar da estabilidade com relação ao ano anterior, 2018. “Houve um aumento de 0,3 ponto percentual e um acréscimo de um milhão de pessoas”, disse Adriana Beringuy, analista da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). Em dezembro, número de trabalhadores com carteira assinada registrou 33,7 milhões, um aumento de 1,8% com relação ao trimestre anterior, enquanto o número de trabalhadores por conta própria ficou em 24,6 milhões, 782 mil pessoas (3,3%) a mais do que o fim de 2018. “Houve um crescimento expressivo do emprego com carteira assinada, o que não ocorria desde o início da série, em 2012. Mas, ainda que o crescimento no quarto trimestre seja um dos maiores da série, ainda é cerca de 3 milhões inferior ao recorde da série, de 2014, com 36,7 milhões”, disse a analista Adriana Beringuy. A categoria dos empregados sem carteira assinada ficou em 11,9 milhões, estável em relação ao trimestre anterior, mas com acréscimo de 367 mil pessoas (3,2%) na comparação com o mesmo período de 2018. Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas foi o grupo de atividade que teve maior aumento no contingente de ocupados na comparação com o trimestre anterior, com acréscimo de 376 mil pessoas (2,1%). Por outro lado, houve redução de 178 mil pessoas (2,1%) no grupo de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura. Já na comparação com o último trimestre de 2018, o maior aumento de pessoas ocupadas foi na indústria, com 388 mil (3,3%) trabalhadores a mais. Alojamento e alimentação foi o que teve maior crescimento percentual, com 5,2%, ou 282 mil pessoas.