Tartaruga baiana devolvida ao mar após passar 40 anos em cativeiro desaparece

06/08/2025 06:32 • 3m de leitura

A tartaruga baiana Jorge, que retornou ao mar aberto após viver em cativeiro por 40 anos, desapareceu após o dispositivo eletrônico que a monitorava deixar de emitir sinal. A localização do animal foi visualizada pela última vez em 29 de julho, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Jorge é uma uma tartaruga-cabeçuda que nasceu na costa da Bahia, por volta de 1960. Em 1984, com cerca de 20 anos, ele foi encontrado ferido em uma rede de pesca na cidade portuária de Bahía Blanca, na Argentina, a milhares de quilômetros de casa. Após ser encontrado, Jorge foi levado para aquário da cidade de Mendoza, onde permaneceu por cerca de 40 anos. Ele só foi reinserido no mar-aberto em abril de 2024 e, em vez de seguir diretamente para a Bahia, fez um desvio e entrou na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. Em comunicado emitido na segunda-feira (4), a Cidade de Mendonza, que acompanhava o percurso de Jorge, informou que havia encerrado o acompanhamento via satélite. De acordo com o comunicado, a interrupção de transmissão é comum nesse tipo de experiência e pode acontecer por diversos fatores, como:

  • esgotamento da bateria;
  • acúmulo de organismos marinhos sobre o equipamento (bioincrustação);
  • desgaste dos sensores.

Ainda segundo a Cidade de Mendonza, a falta do monitoramento não representa um indício negativo quanto à saúde ou ao comportamento do animal.

Conheça a história de Jorge

Com aproximadamente 60 anos e cerca de 130 quilos, Jorge é a tartaruga marinha que passou mais tempo em cativeiro em todo o mundo. A origem do animal foi descoberta após estudos genéticos, que identificaram que ele nasceu na Bahia. Quando foi encontrado na Argentina e levado para o aquário de Mendonza, nos anos 1980, a reabilitação e a reintrodução de tartarugas marinhas não eram práticas comuns. Na cidade, Jorge se tornou uma celebridade e a população local passou a visitar o local para conhecê-lo. Com o passar dos anos, a pressão para a libertação de Jorge ganhou grandes proporções. Em 2021, um grupo de advogados ambientais entrou com uma ação judicial em prol da libertação dele. Ele passou por uma readaptação de três anos quando e foi reintegrado ao mar em abril deste ano. Cerca de três meses depois, ele entrou na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, onde permaneceu até 29 de julho, quando o último sinal de satélite foi emitido.

g1*

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