Suspeitos de envolvimento na morte de cantora gospel na Bahia são indiciados por três crimes

21/12/2023 07:58 • 4m de leitura

Os quatro suspeitos de envolvimento no assassinato da cantora gospel Sara Freitas foram indiciados pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver e associação criminosa. Nesta quarta-feira (20), a Polícia Civil informou que a delegacia de Dias D’Ávila, na região metropolitana de Salvador, concluiu o inquérito que investigava o caso. O procedimento foi encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), e os suspeitos foram denunciados à Justiça na terça-feira (19). Sara Freitas foi encontrada morta no dia 27 de outubro, às margens da BA-093, na altura de Dias D’Ávila, cidade da Região Metropolitana de Salvador. Antes disso, ela passou 4 dias desaparecida. A família da artista pediu para que a imprensa não chame mais a cantora de “Sara Mariano”, com a justificativa de que não quer mais associá-la ao sobrenome do marido, preso suspeito de comandar o crime. Também nesta quarta, o MP-BA informou que os quatro suspeitos de envolvimento no crime queriam usar a imagem da artista para lançar a carreira de Victor Gabriel, um deles. No dia 13 de dezembro, a Justiça da Bahia prorrogou as prisões temporárias de três suspeitos de envolvimento no caso. Nesta quarta, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) anunciou que as prisões de Gideão Duarte, Victor Gabriel e Bispo Zadoque foram convertidas em preventivas.

Guarda da filha será decidida na Justiça

No dia 12 de dezembro, a Justiça concedeu a guarda provisória da filha da cantora gospel para a família paterna. A informação foi divulgada por Sarah Barros, advogada da família da vítima. A defesa da família materna disse que vai recorrer da decisão. A advogada relatou, em nota oficial, que o juiz responsável pelo caso decidiu a guarda provisória através de uma liminar e vai dar continuidade ao processo com estudo do Serviço de Apoio e Orientação Familiar (SAOF) do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A decisão não foi divulgada porque o caso segue em sigilo de Justiça, por se tratar de uma menor. A garota de 11 anos é fruto do relacionamento da cantora gospel com Ederlan Mariano, suspeito de mandar matar a esposa. Ela está com a família paterna desde a prisão de Ederlan, ocorrida em 28 de outubro. Ederlan está detido no Complexo Penal da Mata Escura, em Salvador. Ele foi o primeiro suspeito a ser preso, em 28 de outubro. No dia 24 de novembro, a Justiça da Bahia prorrogou a prisão temporária dele por mais 30 dias. Segundo o delegado Euvaldo Costa, responsável pelas investigações, Ederlan “deixou clara a intenção de destruir as possíveis provas que estavam armazenadas no celular da vítima e prejudicar as investigações dos fatos”. Ainda segundo delegado, o suspeito confessou o crime.

O delegado Euvaldo Costa, destacou que as investigações elucidaram a participação de cada um dos suspeitos:

Ederlan Mariano encomendou o crime;

Gideão Duarte levou Sara Freitas até o local combinado;

Victor Gabriel segurou a vítima;

Bispo Zadoque a esfaqueou.

Valores pagos por Ederlan para suspeitos

Os suspeitos de envolvimento na morte de Sara Freitas admitiram ter rateado R$ 2 mil, que foram dados por Ederlan Mariano para executar o crime. Weslen Pablo Correia de Jesus, Gideão Duarte e Victor Gabriel de Oliveira reconheceram o recebimento dos valores em acareação realizada na delegacia de Dias D’Ávila. Além dos três envolvidos diretamente na execução de Sara Freitas, um quarto homem identificado como “cantor Davi Oliveira” aparece na divisão do dinheiro. Segundo os suspeitos, Davi recebeu R$ 200 como “cortesia”, porque sabia do plano para matar Sara Freitas, porém, não participou de nenhuma fase do crime. R$ 2 mil: valor pago por Ederlan Santos Mariano pela morte de sua esposa. R$ 900: valor recebido por Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como Bispo Zadoque, executor da vítima e responsável pela ocultação do cadáver. R$ 500: valor recebido por Victor Gabriel de Oliveira, que segurou Sara para que Weslen Pablo, o Bispo Zadoque, a matasse. Também participou da ocultação do cadáver. R$ 400: valor recebido por Gideão Duarte pelo transporte de Sara para encontro dos executores, e dos mesmos para a casa de Ederlan após o crime. Ele ainda retornaria ao local com os executores para a queima do corpo de Sara. R$ 200: valor recebido pelo homem identificado como “cantor Davi Oliveira”. Segundo os demais acusados, ele sabia do plano para matar Sara Freitas, mas não participou de nenhuma fase do crime. A polícia ainda não divulgou se esse homem será indiciado.

g1-BA

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