Surto de vírus atinge cruzeiro com mais de 6 mil passageiros; Anvisa monitora situação

27/01/2025 09:56 • 4m de leitura

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está monitorando de perto um surto de norovírus no cruzeiro MSC Grandiosa, que transporta 6.293 passageiros. O episódio foi identificado no último dia 17 de janeiro, quando 127 pessoas apresentaram sintomas de Doença Diarreica Aguda (DDA). Isso representa mais de 2% do total de ocupantes da embarcação, índice que acendeu o alerta da agência reguladora. O norovírus, agente infeccioso altamente contagioso, foi confirmado por meio de amostras clínicas analisadas pela equipe médica de bordo. É o mesmo vírus detectado recentemente em casos no Guarujá e em outras cidades do litoral paulista, regiões de onde o navio partiu.

Medidas adotadas pela MSC Cruzeiros

Em resposta ao surto, a MSC Cruzeiros intensificou os protocolos de segurança sanitária. Segundo comunicado oficial, foram aplicadas medidas rigorosas de limpeza e desinfecção em todas as áreas da embarcação.  “Estamos monitorando de perto os relatos de casos entre os hóspedes e intensificamos os procedimentos de limpeza e sanitização em todo o navio. Todos os hóspedes foram orientados a lavar as mãos com frequência e entrar em contato com o Centro Médico no caso de apresentarem quaisquer sintomas gastrointestinais.”, informou a companhia. Ainda assim, relatos de passageiros indicam que as medidas não foram suficientes para conter o avanço da infecção a bordo.

Parada em Salvador e monitoramento local

O MSC Grandiosa chegou ao porto de Salvador no último dia (14) e permaneceu na cidade até as 17h. Apesar do surto, a circulação de passageiros infectados em terra não foi mencionada como um fator de preocupação pelas autoridades locais. O setor de saúde de Salvador não disponibilizou informações detalhadas sobre o monitoramento do vírus na cidade durante o período, já que o departamento responsável opera apenas em dias úteis.

Relatos preocupantes de passageiros

Uma passageira compartilhou sua experiência no site “Reclame Aqui”, relatando que os sintomas começaram após o navio atracar em Salvador no dia 14 de janeiro.“Iniciei meu dia com um mal-estar horrível que logo veio acompanhado de vômitos e diarréias, comecei a passar muito mal e fui até a emergência que estava lotada de pessoas com os mesmos sintomas”, descreveu. A jovem relatou também que o cruzeiro apenas lhe forneceu uma injeção para diarreia. “Eles aplicaram somente uma injeção para cessar a diarreia e vômito e me deram duas garrafas de água. Minha sogra e minha sobrinha começaram a ter os mesmos sintomas nesse mesmo dia”, publicou. A passageira também apontou falhas no isolamento dos infectados.“No dia seguinte encontramos muitas pessoas com os mesmos sintomas e circulando no navio. Vimos comentários de pessoas que estavam na semana anterior, que embarcamos, com os mesmos sintomas”, afirmou.

Histórico de surtos em cruzeiros

Surto de norovírus em cruzeiros não é incomum. A combinação de alta densidade populacional, contato próximo e superfícies compartilhadas cria o cenário ideal para a rápida propagação do vírus. No entanto, a situação a bordo do MSC Grandiosa chamou atenção pela quantidade de casos registrados em curto período, além das queixas de passageiros sobre o manejo da situação.

Itinerário e medidas futuras

O navio MSC Grandiosa partiu do Porto de Santos (SP) no dia 11 de janeiro e já passou por outros destinos no litoral brasileiro. Até o momento, a Anvisa segue acompanhando a situação e fiscalizando as medidas preventivas aplicadas pela companhia.

Entenda transmissão do norovírus

O norovírus é transmitido principalmente pela via fecal-oral, quando fragmentos microscópicos de fezes contaminadas entram no organismo de outra pessoa. Essa contaminação pode ocorrer por meio de alimentos ou bebidas infectados, superfícies contaminadas ou contato direto com indivíduos infectados. Ambientes fechados e com grande fluxo de pessoas, como cruzeiros, são altamente propícios para a disseminação do vírus. Os sintomas mais comuns incluem náuseas, vômitos, diarreia e dores abdominais, que podem surgir entre 12 a 48 horas após o contágio. Enquanto isso, especialistas recomendam que passageiros intensifiquem os cuidados básicos de higiene, como lavar as mãos com frequência, evitar o compartilhamento de utensílios e buscar atendimento médico ao primeiro sinal de sintomas gastrointestinais.

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