As aulas presenciais na rede municipal de Educação em Salvador vão retornar no dia 23 de agosto. A data foi definida durante reunião, realizada na última segunda-feira (2), e selou o acordo entre a prefeitura e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB-BA). Também ficou acertado que entre os dias 9 e 20 de agosto, os professores vão cumprir jornada de trabalho para elaborar o planejamento dos estudantes. A gestão municipal já havia liberado, há três meses, a retomada da Educação em regime híbrido (presencial e remoto), mas a APLB condicionou o retorno das atividades a vacinação completa de todos os trabalhadores da educação. O esquema de imunização da categoria foi concluído no final de julho. O secretário de Educação de Salvador, Marcelo Oliveira, relatou ao Bahia Notícias que, mesmo com a imunização dos profissionais, as famílias dos estudantes ainda apresentam resistência. “As famílias ainda estão relutando para mandar os filhos para as escolas. Temos que convencer que o prejuízo que essas crianças estão tendo em casa é muito grande. A escola é um ambiente seguro”, disse Oliveira. No final do mês passado, o prefeito Bruno Reis (DEM) anunciou o início do cadastramento para vacinação de crianças e adolescentes de 12 a 17 anos que tem comorbidades e deficiência. A prefeitura aguarda a liberação do Ministério da Saúde para começar a imunização desse público. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sinalizou que o tema entraria em pauta em reunião do Programa Nacional de Imunização (PNI) . Marcelo Oliveira, no entanto, disse não conta com essa decisão. Ele justifica que “todos os estudos foram feitos mostrando que as crianças entre 12 e 18 anos tem um risco de contaminação menor e dificilmente desenvolvem a forma mais grave da doença”. “Não é algo que eu estou contando para a volta das aulas. Não há cabimento condicionar a volta às aulas a essa circunstância, em uma cidade que todas as demais atividades voltaram, não faz sentido esperar mais”, acrescentou o secretário. Questionado sobre os impactos causados pela pandemia na educação, ele revela que as aulas remotas vão funcionar como “extensão” do ensino presencial, para tentar minimizar os prejuízos enfrentados pelos estudantes. “Vamos estender o tempo de aula do ensino remoto. Vai permanecer durante muitos anos, com aulas pela televisão, aula online, materiais pedagógicos e ser incorporado à rotina. Durante muitos anos, 8-10 anos para recuperar esse prejuízo de 1 ano e meio das crianças fora da escola. É uma extensão da escola, a criança vai para a escola, assiste aula e durante a tarde vai fazer dever [de casa] com suporte tecnológico do ensino a distância”, finalizou.