A crise climática vivida no mundo tem se manifestado cada vez mais no Brasil, essa mudança deve impactar os cidadãos na hora de fazer compras no supermercado. Segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), a seca no país entre 2023 e 2024 é “a mais intensa da história recente”. O alto valor dos alimentos ocorre devido à seca em várias regiões do país. Para esta semana, autoridades meteorológicas emitiram um alerta de baixa umidade no centro-oeste, Tocantins, no interior de Minas e São Paulo. Em Goiânia e Brasília, os índices de umidade podem ficar abaixo dos 10%. De acordo, com o serviço Geológico Brasileiro (SGB) para este ano aponta que todos os rios da bacia amazônica têm grandes probabilidades de ficarem abaixo dos seus mínimos históricos. Segundo o Diretor-Executivo de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Isopo Porto, a laranja é a fruta que pode ter os maiores problemas devido à massa de ar quente em grande parte do Brasil. Outra fruta que deve ter a produção afetada devido à seca é a banana, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A fruta já sofreu elevação devido a baixa produção e deve passar por um novo ajuste devido a falta de chuvas. “Os preços, assim, devem continuar elevados pelo menos até início de novembro, quando tradicionalmente entra no mercado a nova safra de nanica advinda do Vale do Ribeira, norte catarinense e norte mineiro, além da banana-prata em dezembro originária de Minas Gerais e Bahia, principalmente”, destaca o diretor de Informações da Conab. Em relação às proteínas suínas e de frangos, o impacto tende a ser suave. A região Sul, responsável por mais de 70% da produção nacional de ambos os produtos, deve sentir um forte reflexo do clima. “Pensando em leite, carne, arroz, feijão, frango e ovos, o impacto no preço deve ser mais duradouro durante o período de estiagem, especialmente em regiões como o Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, onde as condições climáticas são mais severas”, destaca ainda a Conab. Com isso, a estimativa é de que os consumidores sintam o aumento de preços no curto prazo, ainda nos próximos meses, conforme o efeito da seca se intensifica e reflete nos preços. Em relação aos grãos, como arroz, soja, milho e trigo, não deve haver aumento de preços em decorrência da seca, isso porque a maior parte da colheita desses produtos já foi realizada.
Bahia Notícias*