Santaluz: Bloqueio de entrada da Equinox Gold completa 3 dias e garimpeiros afirmam: “Só sairemos daqui com uma resposta”

04/09/2022 08:40 • 3m de leitura

O protesto de garimpeiros em frente a entrada principal da mineradora Equinox Gold no município de Santaluz chega ao terceiro neste domingo (04/09). A equipe da Voz do Campo esteve in loco e acompanhou de perto a manifestação que envolve garimpeiros de vários municípios e iniciou após operação da Polícia Federal que fechou e destruiu equipamentos e máquinas em um garimpo na comunidade rural do Dexaí, município de Cansanção.

O garimpeiro Silvano Manoel da cidade de Nordestina | Foto: Voz do Campo

O garimpeiro Silvano Manoel conversou com Voz do Campo e disse da tristeza em ver muitos pais de famílias tendo seus equipamentos destruídos. “Nosso objetivo é a gente correr atrás do nosso prejuízo que foi algo em torno de 700 a 800 mil com a destruição de nossos equipamentos lá no Dexaí. Eles poderiam queimar, se fosse de difícil acesso, mas lá é de fácil acesso, eles poderiam lacrar ou retirar do local, essa era a forma legal, e isso não aconteceu. Sabemos que essa operação partiu de uma decisão daqui e queremos uma resposta para a gente voltar nossas atividades normais. Estamos aqui em uma manifestação pacífica, sem danificar ou queimar nada da empresa. Nossa causa é justa, queremos trabalhar,” disse Silvano.

“A Polícia Federal chegou lá de surpresa, queimando nossos materiais de trabalho. Eles não cumpriram com a lei. A lei diz que se puder remover o maquinário, remova ou prenda, mas não toque fogo, como eles fizeram. A gente tá aqui esperando uma resposta da empresa, até o momento não temos nenhuma resposta da empresa (Equinox Gold). Só sairemos com uma resposta, caso contrário, nós temos total disposição e o tempo que for necessário, para não deixar eles trabalharem também. Temos pais e mães de família que necessitam disso. É ilegal é, então porque não legaliza,” questionou o garimpeiro Railson.

Garimpeiro Avelino | Foto: Voz do Campo

Usando uma camisa com a frase “Garimpeiro não é bandido é trabalhador”, Avelino conversou com a equipe da Voz do Campo. “Estamos aqui numa luta pacífica, sem destruir nada deles, queremos apenas uma resposta concreta para a gente retornar os nossos trabalhos,” resumiu o garimpeiro.

Segundo garimpeiros, são cerca de 5 mil famílias que dependem diretamente dessa atividade em toda região. O ex-prefeito de Nordestina, Erivaldo Carvalho Soares, estava no local também acompanhando o protesto e disse ao Voz do Campo que em seu município, o garimpo é a atividade principal na geração de renda. Segundo Erivaldo, em cálculo básico, são cerca de 7 milhões de reais que movimenta por mês em Nordestina com a atividade. Na última sexta-feira (02/09), o comércio se solidarizou com a causa, colocando faixas e atrasando a abertura.

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