Quase 9 milhões de brasileiros de 18 a 29 anos não concluíram a escola, aponta MEC

23/02/2024 08:58 • 3m de leitura

O Ministério da Educação (MEC) divulgou, nesta quinta-feira (22), os dados mais recentes sobre o ensino básico no país. A divulgação também contou com dados da “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016-2023 (PNAD)”, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geogradia e Estatística (IBGE), que indicou que 8,8 milhões de brasileiros de 18 a 29 anos não terminaram o ensino médio e não frequentam nenhuma instituição de educação básica. As informações são do G1.Considerando todas as faixas etárias, são 68.036.330 cidadãos sem a escolarização básica no país.Segundo resultados do Censo Escolar, os seguintes fatores sinalizam um alerta para que brasileiros continuem fora da escola:- Na EJA, o número de adultos matriculados caiu 7% de 2022 a 2023.- O ensino médio é “campeão” de evasão escolar, afirma o ministro da Educação, Camilo Santana. De acordo com o Censo, de 2020 a 2021, 7% dos alunos do 1º ano desistiram dos estudos e 4,1% foram reprovados.- Segundo os especialistas, a reprovação é um dos fatores que levam o aluno a abandonar a educação básica. Em 2022, após o fim das políticas de aprovação automática adotadas por estados na pandemia, os índices de retenção voltaram a crescer. Nos anos finais do ensino fundamental (5º ao 9º ano), 7,9% dos estudantes foram reprovados, e no ensino médio, 13,4%.- Em 2023, no 6º ano do ensino fundamental, 15,8% dos estudantes não tinham a idade adequada (porque foram reprovados, por exemplo, ou porque abandonaram o colégio em algum período). Esse é mais um fator que pode aumentar o risco de, futuramente, o jovem interromper os estudos.”Não queremos deixar ninguém para trás. Queremos reverter a tendência de o jovem precisar ir para a EJA lá na frente”, afirmou o ministro da Educação. Ele reforçou que esse é o objetivo do Programa Pé-de-Meia, que dará um incentivo financeiro para os alunos de baixa renda que estiverem matriculados no colégio.Já o gerente de políticas educacionais da ONG Todos Pela Educação, Ivan Gontijo, destacou a necessidade de ingressar no mercado de trabalho, a estrutura defasada do “antigo” ensino médio e as lacunas de aprendizagem são outros fatores que levam o jovem a sair precocemente da escola.”A discussão de por que abandonaram os estudos tem muita a ver com a experiência que tiveram no colégio. As taxas de evasão são maiores no 1º ano, exatamente quando o aluno começa outro ciclo e encontra mais disciplinas, mais professores e um currículo muito grande”, afirma. “O novo ensino médio [já em vigor] tem muitos problemas e precisa ser ‘reformado’, mas é importante que essa flexibilidade curricular seja mantida”, complementou.

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