O homem de 64 anos que morreu em Alagoas por causa do novo coronavírus passou quatro dias entre a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Jacintinho, o HGE (Hospital Geral do Estado), e a UPA do Trapiche da Barra, todos localizados em Maceió, no aguardo de uma UTI em hospital especializado. Ele era diabético e hipertenso. Em contato com o UOL, o filho da vítima relata que, por três dias, levou o pai para a UPA do Jacintinho, na periferia de Maceió, mas o diagnóstico não foi dado corretamente. “Depois da infecção na garganta os médicos disseram que meu pai estava com infecção pulmonar, mas não tinha necessidade de ele ir para um hospital. O quadro dele só piorava, ele não conseguia respirar”, disse. “Pesquisamos um hospital que poderia internar meu pai em UTI, que seria o hospital Elvio Auto, mas levaram da UPA do Jacintinho para o HGE, na sala 1. Horas depois, meu pai foi transferido para a UPA do Trapiche, onde estava com sintomas claros de Covid-19”, completou. A família do paciente tentou pagar internação em hospital particular, mas não tinha dinheiro suficiente. “Meu pai morreu porque é pobre, porque atendimento foi fraco, precisava de suporte avançado de UTI. Não era para ter morrido. Se ele tivesse ido para uma UTI, ele tinha sobrevivido. Infelizmente, foi deficiência de uma UTI, não teve assistência médica intensiva adequada”, disse. O último boletim indicou 18 casos do novo coronavírus no estado. No Brasil, são 5.717 infectados e 201 mortes.