Primeira PM trans da Bahia quer ser inspiração para pessoas LGBTQAPN+: ‘resisti e resisto todos os dias’

28/11/2022 09:09 • 2m de leitura

Mesmo sem imaginar que faria história ao se tornar a primeira mulher trans da Polícia Militar da Bahia, a soldado Kim Villanelle Lima, 39 anos, não esconde um grande desejo: inspirar, através da sua história, outras pessoas da comunidade LGBTQIAPN+ a seguir os seus sonhos. Natural do bairro da Queimadinha, no município de Feira de Santana, a 100 km de Salvador, e lotada na 64ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM/Feira de Santana), Kim Lima detalha, esperançosa, que o exemplo de sua história possa ser responsável para que as pessoas desenvolvam a sua resistência. “Eu resisti e resisto todos os dias e espero que a minha história possa, de alguma forma, ajudar. É fundamental que elas leiam, se informem, porque o conhecimento em nossa vida é extremamente importante”, disse.

Carreira

A soldado, que ingressou na PM em 2014, após prestar o concurso no ano de 2012, na época no gênero masculino, sexo designado ao nascer, passou pelo processo de transição, ao longo dos anos, já inserida na corporação, e conta, admirada, que o maior acolhimento que recebeu foi dos colegas de farda. “Diante de tanta coisa que passei na minha vida, do bullying e agressões físicas que sofri, eu passei a não ter mais medo de gente e me surpreendi com a recepção acolhedora dos colegas de turma e comandantes. Considero a instituição como sendo a minha segunda casa”, contou. Representação importante na corporação, Kim Lima é estudante de Direito na Universidade Federal de Feira de Santana (Uefs), e lembra que, para seguir os sonhos, basta encarar de frente os medos. “Não tenham medo. Se você ver que isso é o sonho de sua vida e ele é possível para fazer de você uma pessoa melhor, mesmo com medo, nunca desista”, concluiu.

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