Pela segunda vez, o ‘Forró Itinerante’ promovido pela prefeitura municipal de São Gonçalo dos Campos, foi encerrado pela Polícia Militar. O primeiro episódio aconteceu na última terça-feira (22), quando o minitrio já se preparava para sair pelas ruas da cidade. Nas redes sociais, o prefeito Tarcísio Pedreira informou que o Forró teria continuidade ainda na noite de ontem (23), mas o evento foi realizado no início da manhã desta quinta-feira (24), com uma alvorada.
Em entrevista ao Acorda Cidade, o Major PM Boness informou que uma guarnição da Polícia Militar ao abordar o minitrio, identificou duas irregularidades. “A guarnição identificou que tanto o veículo, quanto o motorista tinham irregularidades. O condutor não possuía habilitação que somente por isso, já um crime de trânsito, e por estarem descumprindo o decreto estadual. O prefeito local estava intervindo a situação, impedindo que o capitão fizesse a condução regulamentar do motorista e nessa tentativa, o prefeito lesionou o capitão e após isso, fui comunicado. Me desloquei até São Gonçalo na tentativa de também negociar, conversei com o vice-prefeito, e depois de todas as tentativas esgotadas, isolamos o local, começamos a fazer a condução do motorista que já estava detido. Depois disso, o prefeito cometeu mais dois crimes, o primeiro de desobediência e depois que foi dada a ordem de prisão dele, cometeu o crime de resistência, foi quando conduzimos todos para a delegacia”, explicou. Ainda segundo o Major, a PM tem como obrigação cumprir a legislação que está redigida sob decreto estadual. “Devemos cumprir a legislação e que no meu entendimento, tem uma competência administrativa entre a união, estado e município. O decreto municipal deve ser abrangente e se o decreto estadual tem como obrigatoriedade o Toque de Recolher às 20h, o município pode ser mais abrangente, colocando para 18h, ou seja, ampliando e não restringir o decreto estadual e esse é o meu entendimento. Estamos cumprindo o que a legislação determina e está vigente. Para esta situação, foi preciso deslocar mais seis viaturas até o município de São Gonçalo”, explicou. De acordo com o prefeito Tarcísio Pedreira, o mesmo evento aconteceu no ano passado e neste ano, seria realizado da mesma forma, sem gerar nenhum tipo de aglomeração.
“A PM esteve lá em nossa cidade de São Gonçalo para impedir que fosse realizado o evento, que justamente aconteceu no ano passado. Simplesmente, eram artistas da região, levando música no centro da cidade, por isso pedimos o apoio da PM, da Guarda Municipal para este evento, no âmbito de que qualquer aglomeração que fosse feita durante o percurso, o carro iria desligar o som e se deslocar para outro ponto da cidade. Infelizmente é lamentável porque em outras cidades, esse mesmo evento aconteceu, vi que aconteceu em Governador Mangabeira, em Salvador, Senhor do Bonfim, Coração de Maria e aqui não tivemos essa possibilidade. O meu questionamento para o governador é que ele autoriza que bares e restaurantes possam abrir, e isso aqui nem permitimos ainda, pelo fato da ausência da máscara na hora da refeição, do consumo e o risco de contaminação aumenta. Eu ratifico aqui o meu compromisso com a saúde pública e sempre estive ao lado do decreto do estado, defendendo o nosso município”, disse ao site Acorda Cidade.
Para o prefeito, existe uma forma de tratamento diferente com São Gonçalo dos Campos, comparada a outros municípios do estado da Bahia. “Gostaria também de saber do governador o motivo do tratamento ser feito de forma diferente, não é porque São Gonçalo é menor do que Feira, menor do que Salvador que deve ser tratado diferente. Eles rasgaram a Constituição Federal, esqueceram da autonomia do município e não estou aqui querendo fazer política, mas se dependesse de mim, o evento teria simplesmente acontecido sem nenhum tipo de aglomeração e o artista que deveria estar em evidência, não o prefeito que foi colocado em uma exposição tão desnecessária. Prenderam o nosso motorista que estava sem habilitação, colocaram no fundo de uma viatura, eu tentei negociar, até porque dentro da legislação, não existe isso da pessoa ser presa por estar sem habilitação. Não houve nenhum tipo de agressão, todos estão de prova, nós reproduzimos toda a situação através das nossas redes sociais e a aglomeração que aconteceu, foi provocada pela própria Polícia Militar, porque em uma cidade pequena, quando envolve um incidente como aconteceu hoje, ainda mais envolvendo o prefeito da cidade, óbvio que vai aglomerar de gente”, afirmou. Tanto o motorista do veículo, quanto o advogado do prefeito foram conduzidos para o Complexo do Sobradinho para assinar o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e depois de ouvidos, serão liberados. Quanto o prefeito Tarcísio, foi autuado em flagrante por desacato policial, podendo pagar fiança e em seguida, ser liberado. (Acorda Cidade).