
O Índice de Preços de Alimentos da FAO registrou média de 128,3 pontos em abril, com aumento de 1,2 ponto (1%) em relação ao mês anterior. Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), o avanço foi impulsionado pelos preços mais altos dos cereais, lácteos e carnes, que superaram as quedas nos preços do açúcar e dos óleos vegetais. Em comparação com abril de 2024, o índice subiu 9 pontos (7,6%), embora permaneça 31,9 pontos (19,9%) abaixo do pico registrado em março de 2022.
O subíndice de preços dos cereais alcançou 111 pontos em abril, representando aumento de 1,3 ponto (1,2%) em relação a março. Apesar disso, o valor ficou 0,6 ponto (0,5%) abaixo do registrado no mesmo período do ano anterior. De acordo com a FAO, o trigo teve preços sustentados pela restrição na oferta russa, pela manutenção das exportações globais e pelo dólar mais fraco. Ainda assim, fatores como políticas comerciais e incertezas macroeconômicas limitaram os ganhos. O milho apresentou valorização influenciada pelos estoques apertados nos Estados Unidos e pelas flutuações cambiais. A FAO destaca que as alterações tarifárias promovidas pelos EUA — incluindo a isenção para o México, seu principal importador, e a suspensão temporária de tarifas superiores a 10% para outros parceiros — contribuíram para o aumento. Já os preços do arroz subiram 0,8% em abril.
O subíndice de preços dos óleos vegetais atingiu 158 pontos em abril, uma queda de 3,7 pontos (2,3%) frente a março. Ainda assim, o indicador ficou 20,7% acima do registrado em abril de 2024. A queda no preço do óleo de palma foi decisiva, resultado da recuperação da oferta global, impulsionada pela produção sazonal no Sudeste Asiático. Em contrapartida, os preços dos óleos de soja e canola continuaram a subir. O avanço da soja foi associado à demanda global persistente, enquanto o da canola refletiu um cenário de oferta restrita. O óleo de girassol manteve-se estável, com variações dentro de uma faixa estreita.
O subíndice de preços da carne da FAO foi de 121,6 pontos em abril, com alta de 3,7 pontos (3,2%) sobre março e 5 pontos (4,3%) acima do valor do mesmo mês de 2024. Segundo a FAO, os preços da carne suína registraram o maior crescimento, impulsionados pela retomada das exportações da Alemanha, após o restabelecimento do status livre de febre aftosa e pelo aumento da demanda sazonal durante a Páscoa. A carne bovina teve valorização principalmente na Austrália e no Brasil, onde a demanda estável e a oferta limitada favoreceram os preços. A carne ovina também subiu, devido ao interesse de compra dos principais mercados. Já os preços da carne de aves tiveram alta moderada, influenciados pela forte demanda no Brasil e pela redução no ritmo de processamento durante os feriados.
O subíndice de preços de lácteos marcou 152,1 pontos em abril, com aumento de 3,5 pontos (2,4%) frente a março e alta de 28,4 pontos (22,9%) em comparação com o mesmo mês de 2024. A FAO informou que os preços da manteiga cresceram pelo terceiro mês consecutivo, com alta de 2,9%, atingindo um novo recorde histórico, devido à queda nos estoques europeus e à forte demanda por gordura do leite. Os preços do leite em pó também subiram, influenciados pela estabilidade da demanda interna e pela mudança no foco das exportações da Europa para a Oceania, onde a produção em queda limitou a oferta. O preço do queijo aumentou 2,3%, impulsionado pela alta demanda e restrição de oferta na Oceania.
O subíndice de preços do açúcar ficou em 112,8 pontos em abril, com queda de 4,1 pontos (3,5%) em relação a março e 13,8 pontos (10,9%) abaixo do valor de abril do ano passado. Segundo a FAO, a desvalorização do real frente ao dólar, os menores preços do petróleo e a produção acima do esperado no Brasil, especialmente na segunda quinzena de março, pressionaram os preços. Além disso, preocupações com a economia global e seu impacto potencial sobre a demanda dos setores de bebidas e alimentos processados também influenciaram negativamente o mercado.
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