O avanço da vacinação deixou as cidades do Nordeste que realizam as maiores festas de Carnaval esperançosas em organizarem a folia em 2022. Para isso, elas apostam em eventos-teste e que todos os adultos estarão com ciclo de vacinação completo antes da festa. O Uol procurou as prefeituras de Salvador, Recife e Olinda, que se disseram confiantes na realização do Carnaval, mas ainda pregam cautela em confirmar o evento. Olinda e Salvador afirmaram que farão eventos-teste ainda este ano, que devem ajudar a entender qual o nível de segurança de grandes eventos públicos. “A proposta é que o evento aconteça no Centro de Convenções de Salvador, reunindo cerca de 500 pessoas em área aberta. Todos os convidados serão previamente testados e deverão estar, no mínimo, com 20 dias de comprovação da aplicação da primeira dose da vacina contra o coronavírus, entre outras medidas de prevenção”, informou a prefeitura da capital baiana. Olinda informou que “está acompanhando de perto os resultados da vacinação no Brasil.” “A prefeitura vai continuar seguindo as recomendações do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Governo do Estado. A vontade da prefeitura é realizar o maior e melhor Carnaval do mundo na cidade de Olinda, como vinha acontecendo nos últimos anos. Mas, é preciso fazer isso com segurança”, disse a gestão municipal, por meio de nota. Já o Recife não sinalizou eventos antes, mas disse que pretende vacinar toda população adulta quase três meses antes da folia de momo. A prefeitura disse esperar que a vacinação tenha efeito e estimou que, “até setembro, todo o público adulto já esteja vacinado com a primeira dose [na capital de Pernambuco], o que permite vislumbrar um cenário otimista de encerramento de ciclo vacinal completo em dezembro de 2021, quase três meses antes do Carnaval 2022, com início no final do mês de fevereiro.” Para o epidemiologista Antônio Lima Neto, o principal fator que deve ser levado em conta para decisão de realizar essas festas é como estará o índice de pessoas vacinadas no país. “Festa de larga escala, com milhares de pessoas, tem a ver com cobertura vacinal. Sem dúvida você tem que ter uma D1 [primeira dose] que gire em torno de 75% e uma D2 acima de 50%. Aí você teria uma imunidade provavelmente próxima da imunidade coletiva”, explica. Lima Neto diz que os países que têm vacinação mais avançada estão enfrentando menos problemas com a variante Delta, por exemplo. “Se você tem uma população enorme vacinada, você vai ter um aumento de casos, mas você não vai ter agravamento, complicações, hospitalizações e mortes – ao contrário do que a gente está vendo na Indonésia, por exemplo, que tem uma cobertura vacinal muito baixa.” Apesar disso, o epidemiologista defende que o ideal é que medidas como uso de máscara sejam mantidas, mesmo com circulação viral em baixa.