PF recebe denúncia de carga de cocaína em ‘navio fantasma’ próximo ao litoral de PE

04/11/2022 01:08 • 2m de leitura

A Polícia Federal e autoridades portuárias do estado de Pernambuco receberam denúncias de que o antigo porta-aviões São Paulo carregue, além de substâncias radioativas, uma carga de cocaína. Há suspeita de que a embarcação, vendida pela Marinha do Brasil para uma empresa turca, pode estar sendo usado para traficar cocaína da América do Sul para a Europa. Segundo uma apuração do portal Marco Zero, o acionamento, tanto da PF quanto do governo pernambucano foi feito de maneira anônima, através de canais oficiais. Os órgãos chegaram a responder dando ciência do encaminhamento dado. A denúncia, como apontou a publicação, foi formalizada junto aos gestores do porto de Suape e da ouvidoria do Governo de Pernambuco no dia 5 de outubro, data em que o navio chegou à costa do estado e foi impedido de atracar em Suape, após a Agência Pernambucana de Meio Ambiente recomendar à empresa gestora que o o casco do navio não atracasse no porto pernambucano. Antes disso, o “navio fantasma” havia saído do Rio de Janeiro, sido impedido de passar pelo estreito de Gibraltar, porta de entrada do Mar Mediterrâneo, e de ser recebido pelos portos turcos, obrigando os tripulantes em trânsito retornarem ao Brasil. O motivo foi o mesmo: não possuir um inventário de contaminantes por laboratório reconhecido internacionalmente. Depois de enviada para as autoridades brasileiras, no dia 19 de outubro, a ouvidoria respondeu a pessoa denunciante informando que encaminhou o caso para a Capitania dos Portos e a Polícia Federal. O São Paulo, um “navio de amianto”, está há mais de um mês sendo puxado pelo rebocador Alp Centre, perto do litoral sul de Pernambuco. Sem poder atracar, ele percorre uma trajetória de vai-e-vem no sentido sul-norte-sul, de 12 a 20 quilômetros da costa. Os “navios de amianto” são embarcações de guerra construídas numa época em que não se sabia que a substância poderia provocar câncer e outras doenças mortais. O material era utilizado no isolamento térmico do casco e de vários componentes. Há nos porões da estrutura ao menos 10 toneladas do material, quantidade que pode ser maior, considerando a presença no casco e nas peças.

Bahia Notícias*

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