Padre celebra casamento do neto: ‘Quase ninguém tem essa oportunidade’, diz avô

26/05/2022 06:05 • 3m de leitura

Um avô participar do casamento do neto é uma cena mais do que comum em diversas famílias. Contudo, na união de Ânderson com Rafaela, realizada no dia 14 de maio, em Porto Alegre, o avô estava no altar ao lado dos noivos, e não como padrinho: ele era o padre. Paulo Müller, de 85 anos, é um dos padres auxiliares na Catedral São Luiz Gonzaga, de Novo Hamburgo, na Região Metropolitana. O religioso foi ordenado em 1992, cerca de quatro anos depois do falecimento da esposa, Lizzete, com quem foi casado por 29 anos, de acordo com o G1. “Convidamos o vô, ele ficou super feliz, faceiro com a possibilidade de casar um neto”, diz o noivo. Da relação anterior ao sacerdócio, Paulo teve quatro filhos. Entre os quatro netos, está o engenheiro químico Ânderson Martins Müller, de 31 anos, que vive em Estância Velha, também na Região Metropolitana. “Foi uma coisa maravilhosa. Quase ninguém tem essa oportunidade que eu tive”, comenta o padre. Ânderson namorava a médica Rafaela Pilla Muccillo Müller, de 30 anos, há nove anos. O casal planejava formalizar a união desde 2019, marcando a cerimônia para outubro de 2020. Entretanto, a pandemia atrasou os planos. “Naturalmente, a gente teve que ir postergando. A data de sábado (14 de maio) foi a nossa quarta e última”, comenta Ânderson. A ideia dos noivos era realizar uma celebração ecumênica, fora da igreja. No entanto, os pais de Ânderson e Rafaela sugeriram a realização de um casamento religioso, o que levou ao convite para o padre e avô. “No começo da cerimônia, o vô comentou que algumas músicas que a gente tinha selecionado para entrar foram músicas que tocaram no casamento dele. Para ele, teve lembranças”, conta o neto. A celebração foi realizada na Igreja Santa Teresinha, em Porto Alegre, bairro onde vive a família da noiva. Segundo Ânderson, o avô seguiu os ritos católicos, como a preparação dos noivos. “Ele é uma das poucas pessoas que podem falar que já estiveram dos dois lados da mesa”, brinca Ânderson. “Muito amor, bastante amor, um caminhão de amor pelas pessoas. Segundo: fidelidade. O máximo de fidelidade para não trair aquela pessoa, para ela não se sentir frustrada pelo compromisso que assumiu. A terceira é a caridade entre o casal, parceria”, defende. O padre Paulo deu lugar ao avô, horas depois, na festa dos noivos. “O vô era o astro”, conta o neto. A presença, todavia, foi rápida. No dia seguinte, o religioso deu início a um período de retiro com colegas da Diocese de Novo Hamburgo. (BN).

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