‘Não é política, é Copa’: morador coloca faixa após rua enfeitada para Copa do Mundo gerar polêmica em época de eleição

20/10/2022 06:06 • 2m de leitura

Nascido e criado no bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte, o engenheiro Júlio César Silva Freitas, de 26 anos, segue a tradição herdada do pai: decorar a rua onde moram para celebrar a Copa do Mundo. Neste ano, porém, um novo adereço foi colocado. Trata-se de faixa com os dizeres “Não é política, é copa”. “Depois de colocar os enfeites, pintar a rua e, principalmente, afixar a faixa, vieram algumas reclamações. Inicialmente disseram que eu estaria fazendo campanha para um determinado candidato, inclusive recebendo dinheiro em troca desse apoio. Até falaram de lavagem de dinheiro”, contou o engenheiro. Júlio César disse que o objetivo da faixa foi dissociar os assuntos, já que, neste ano, pela primeira vez, a Copa do Mundo será realizada após as eleições. “A Copa sempre foi realizada antes das eleições. Neste ano, com esse nível de polarização, resolvi fazer uma mensagem, um alerta, para que os assuntos não se misturem”, disse. O engenheiro relembrou que o pai já enfeitava a rua e, desde 2002, ainda pequeno, passou a participar das preparações que antecedem ao evento mundial de futebol. Neste ano, eles estão participando pela primeira vez de uma competição nacional de torcidas de rua, representando Minas Gerais. Polêmica à parte, moradores que caminhavam pela rua enfeitada na manhã desta quarta-feira (19) apoiaram a atitude do engenheiro. “Tenho orgulho dessa tradição, dessa decoração. Não é hora de brigar”, ponderou a moradora Miriam Pereira. Para o engenheiro aposentado Antônio Carlos, de 66 anos, trata-se de uma festa popular na qual os assuntos, política e futebol, realmente não devem ser misturados. “A bandeira do Brasil, as cores verde e amarelo, são do Brasil, não de candidatos”, considerou.

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