”Não é momento de estar comemorando nada”, diz secretário da Saúde sobre lives de artistas

15/02/2021 02:44 • 2m de leitura

O secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, criticou na manhã desta segunda-feira (15) a produção de lives e shows online realizados pelos artistas, e disse que o momento atual não pede comemorações. Segundo ele, por causa do crescimento no número de mortes por causa da Covid-19 no estado, a ocasião requer preocupação e constrição, e declarou não concordar com os eventos que estão ocorrendo dentro das casas, apartamentos e transmitidos pela internet. “Isso é muito triste, porque revela duas coisas: primeiro, a falta de sensibilidade das pessoas com o momento que estamos vivendo, de mortes em número crescente. Eu sou contra essas lives que estão sendo feitas de cantores. Não é momento de estar comemorando nada. É momento de estarmos constritos, lamentando, preocupados. E não celebrando, fazendo festinha em apartamento, casa ou live transmitida pela internet. Eu não concordo com isso”, afirmou o secretário. Vilas-Boas disse que há um “descompromisso com a saúde pública” por parte da população, e a classificou a realização de festas em locais fechados como irresponsabilidade. Mesmo com o decreto estadual que proíbe aglomerações e, com isso, também a suspensão do carnaval, festas clandestinas e aglomerações foram registradas em Salvador e outras cidades, no último fim de semana. O secretário disse também que o sistema de saúde no estado chega a registrar até 100 pessoas aguardando vagas de tratamento intensivo nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA). E as aglomerações causadas por causa dos eventos têm provocado um trabalho maior dos profissionais da Saúde. “A segunda coisa que isso revela é total descompromisso com a saúde pública. Uma irresponsabilidade. Estamos chegando ao ponto em que, de um dia para o outro, chegam a ficar até 100 pessoas aguardando nas UPAs vagas de UTI. E nós, do lado de cá, dentro de um trabalho imenso para conseguir alocar, o mais rápido possível, o recurso que vai salvar vida para essas pessoas. E as pessoas vão para a rua, vão se aglomerar, se infectar. Depois vão para as UPAs fazer com que a gente tenha que correr nesse desespero para conseguir criar mais leitos”, disse.

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