Motociclista tem garganta perfurada por pássaro e percorre 9 km com animal no pescoço até conseguir socorro

29/04/2021 03:55 • 2m de leitura

Um jovem indígena da etnia Umutina teve a garganta perfurada por um pássaro do tipo ariramba-preta, parecida com o beija-flor, quando andava de motocicleta em uma estrada vicinal na região da aldeia Águas Correntes, em Barra do Bugres (MT), município a cerca de 150 quilômetros de Cuiabá. Eik Júnior Monzilar Parikokoriu, de 23 anos, estava pescando antes do momento do ataque e precisou percorrer 9 quilômetros com o pássaro preso ao seu corpo até chegar, ferido, à sua aldeia. Ele recebeu atendimento médico e já passa bem. Na aldeia, sentindo falta de ar, Eik chegou a desmaiar, como ele conta no vídeo no início desta reportagem (assista acima). “Deu tempo de eu chegar na minha casa. Saiu muito sangue do meu nariz, do local [pescoço]. E eu cheguei em casa desmaiado. Eu senti que meu coração estava parando de bater. Eu senti a mão quente da mãe, chorando desesperada”, contou. O incidente ocorreu no último sábado (24). O pássaro (leia mais sobre a ariramba-preta ao final da reportagem), morreu. A ave tem bico comprido e plumagens brilhantes como o beija-flor.

Após os primeiros socorros prestados pela família, Eik foi levado para atendimento na Unidade Básica de Saúde (UBS), que fica na própria aldeia. Lá, o pássaro foi retirado do pescoço dele. Em seguida, Eik foi levado de ambulância até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Barra do Bugres. O indígena falou no vídeo da dificuldade que sentiu pra respirar e agradeceu pela oração de familiares no momento em que ele estava prestes a ser socorrido. “Eu me lembro que minha tia chegou, eles começaram a orar. Eu já não estava respirando muito forte. Eu tentava caçar o fôlego, e não achava. Soltava o único fôlego que tinha dentro de mim.” Eik contou que estava voltando da pesca. Ele dirigia a motocicleta e parou para aguardar a poeira baixar depois que um carro havia passado pelo local. Assim que saiu, o pássaro bicou sua garganta. O indígena disse que ficará com a carcaça do pássaro morto para ter uma recordação da nova chance que teve de viver.

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