Mortes em acidentes de trabalho crescem na Bahia

09/08/2023 06:08 • 3m de leitura

A Bahia registrou 112 óbitos de trabalhadores durante as atividades laborais, em 2022, contra 100 no ano de 2021 e um alto índice de acidentes de trabalho: foram 14.326, em 2021, e 17.264, em 2022. Nos primeiros sete meses de 2023, a Inspeção do Trabalho notificou 7.684 acidentes com 58 óbitos. Na véspera do Dia Municipal em Memória às Vítimas de Acidente de Trabalho, o Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho do Estado da Bahia (SAFITEBA) alerta que os números podem ser ainda maiores, já que a estimativa de subnotificação é grande, podendo variar de 30% a 80%, dependendo do setor. Em Salvador, no ano de 2022, os Auditores Fiscais do Trabalho (AFTs) registraram aumento de 24,7% no número de acidentes de trabalho, em relação a 2021. Foram 5.009 acidentes com 8 (oito) óbitos, em 2021, subindo para 6.248, com 24 óbitos em 2022. Dados de janeiro a julho de 2023 já indicam 2.432 acidentes de trabalho, cinco mortes na capital baiana. Uma delas ocorreu em fevereiro, após o desabamento de um silo de concreto que levou um trabalhador a óbito e deixou outros dois feridos. Acidentes de trabalho atenção para a importância das Normas de Segurança do Trabalho (NRs), o município de Salvador instituiu, através da Lei nº 9.064/2016, 9 de Agosto como o Dia Municipal em Memória às Vítimas do Acidente de Trabalho. A AFT Flávia Maia, associada do SAFITEBA e chefe do Setor de Segurança e Saúde do Trabalhador da Superintendência Regional da Bahia (SRT), destaca que os setores onde há maior incidência de acidentes são os de transporte, silos e eletricidade. “É importante destacarmos que, entre as metas da ONU para o Ambiente Sustentável, estão a Saúde e o Bem-estar e o Trabalho Decente e Crescimento Econômico. O trabalho deve ser um meio de busca de saúde, não de promoção de doenças. Para tanto é essencial um meio ambiente de trabalho saudável. A promoção de um ambiente profissional saudável também reduz riscos de acidentes e mortes. A partir do momento em que o trabalhador começa a desenvolver problemas físicos ou emocionais decorrentes da sua atividade laboral, isso reflete na sua organização do trabalho, no rendimento, aumenta os riscos de acidentes e afeta a economia”, alerta Maia.

Panorama

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o mundo perde 4% do PIB em decorrência de acidentes e doenças do trabalho. Cerca de R$ 396 bilhões de reais. Dados do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social indicam que foram concedidos 6.161 benefícios previdenciários acidentários, 366 auxílio-acidente por acidente de trabalho e 389 aposentadorias por invalidez acidentária no ano de 2022 para trabalhadores baianos, além de 14 pensões por morte por acidente de trabalho. Ainda de acordo com o INSS, foram 983,7 mil dias de trabalho perdidos na Bahia por auxílio-doença por acidente do trabalho em 2022 e 569,5 mil dias perdidos por aposentadoria por invalidez por acidente do trabalho.

Leia também