Mercado de lenha no Nordeste movimenta R$ 2 bilhões por ano e garante ocupação equivalente a 35 mil postos de trabalho

12/02/2021 05:55 • 2m de leitura

A extração e a comercialização da lenha oriunda da Caatinga, para fins industriais, movimentam R$ 2 bilhões por ano e geram 35 mil postos de trabalho fixos, segundo dados de um estudo realizado em 2018 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Ministério do Meio Ambiente. No Nordeste, a lenha é ainda a principal fonte de energia para as indústrias de cerâmica, gesso, farinha, laticínios e têxtil, além de ser muito usada nos fogões a lenha da zona rural e periferias urbanas. Por outro lado, os dados geram preocupações ambientais, uma vez que parte da lenha consumida não tem origem sustentável, ou seja, é oriunda de desmatamentos. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a solução para atender ao mercado de forma legal e sustentável é a implantação de planos de manejo florestal, uma solução importante para a conservação do bioma Caatinga, seja ele praticado por pequenos, médios ou grandes produtores rurais, comunitários ou não. Além disso, incentiva a geração de emprego e renda por meio da comercialização de produtos florestais sustentáveis madeireiros e não madeireiros. Segundo dados do Centro Nordestino de Informações sobre Plantas (CNIP), na última atualização, em 2018, havia 473 Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) ativos no bioma Caatinga, numa área de 283 mil hectares. Esse total representa 0,6% da área de vegetação nativa sob regime de manejo florestal. Sendo que todos os estados do Nordeste têm PMFS, com a exceção de Alagoas e Sergipe. “O manejo florestal é uma atividade sustentável, gera renda e garante o ordenamento do uso e ocupação do solo. Para aprovar um plano de manejo é necessário fazer a regularização ambiental do imóvel, demarcando e protegendo as áreas de APP. Na Caatinga, o SFB (Serviço Florestal Brasileiro) vai incentivar as ações do Manejo Florestal Comunitário e Familiar por sua capacidade de inclusão econômica dessas populações”, disse Valdir Colatto, diretor-geral do SFB.

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