Menino de 14 anos é morto em operação no Rio; família critica polícia

19/05/2020 03:54 • 3m de leitura

O adolescente João Pedro Mattos, de 14 anos, morreu ontem durante uma operação da Polícia Civil e da Polícia Federal no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio. Familiares e amigos da vítima relataram ao UOL que ele brincava no quintal da casa de um tio, quando policiais invadiram o imóvel e o atingiram na barriga. Já a Polícia Civil alega que o adolescente foi atingido durante uma troca de tiros entre bandidos e policiais, sendo socorrido de helicóptero. Em entrevista à TV Globo, o pai de João Pedro dirigiu-se ao governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), e afirmou que o ato destruiu a família. “Quero dizer, senhor governador, que a sua polícia não matou só um jovem de 14 anos com um sonho e projetos, a sua polícia matou uma família completa, matou um pai, matou uma mãe e o João Pedro. Foi isso que a sua polícia fez com a minha vida“. Ele estava trabalhando quando soube que o filho foi baleado. Médicos do Corpo de Bombeiros prestaram atendimento, mas ele não resistiu aos ferimentos. O corpo foi encaminhado para o IML (Instituto Médico Legal) de São Gonçalo. “Ele nem estava saindo de casa por conta dessa pandemia. Aí, o primo passou na casa dele e foi lá buscá-lo para brincar. Eles estavam no quintal da casa. Ele se assustou com o policial, e o policial atirou na barriga dele. Até agora não sabemos de nada. Se ele morreu no local, a caminho do hospital”, disse Georgia Matos de Assis, 41, tia de João Pedro. De acordo com ela, os familiares fizeram buscas durante toda a madrugada. “Rodamos tudo isso aqui, São Gonçalo, Niterói, atrás dele. Até no Rio fomos. Só localizamos no IML aqui de Tribobó [em São Gonçalo]. Um descaso com a vida do menino”, lamentou. A Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) instaurou inquérito para apurar a morte do adolescente e informou que “foi realizada perícia no local e duas testemunhas prestaram depoimento na delegacia”. Os policiais também foram ouvidos e as armas apreendidas para confronto balístico. “Outras diligências estão sendo realizadas para esclarecer as circunstâncias do fato”, informou a instituição.

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