O Ministério da Educação (MEC) divulgou, na semana passada, os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2019 e os números não são animadores: a Bahia teve o terceiro pior desempenho do Brasil entre os alunos do Ensino Médio. Empatado com o Rio Grande do Norte, a nota dos baianos – 3,5 – só foi pior do que a dos estudantes do Amapá e Pará (3,4) e está longe da meta estipulada para este ano, que era de 4,5. A média brasileira foi de 4,2, também abaixo do previsto, de 5,0. Nos anos finais do Ensino Fundamental, a Bahia ocupa o penúltimo lugar no ranking, ao lado de Sergipe, Rio Grande do Norte e Pará, com uma nota de 4,1. A avaliação está abaixo do planejamento estadual, de 4,5. A pior média foi do Amapá, de 4,0, e somente sete estados conseguiram alcançar o objetivo. No que tange aos anos iniciais do Ensino Fundamental, o cenário melhora um pouco – o estado baiano subiu e ficou com a sexta pior avaliação, com uma nota de 5,3, isto é, 5 décimos acima do objetivo do estado, de 4,7. Os piores resultados estão no Rio Grande do Norte (5,2), Sergipe (5,1), Maranhão (5,0), Pará e Amapá (4,9). O Brasil atingiu a média desejada somente nos anos iniciais, registrando 5,9. Já no anos finais, a nota ficou em 4,9 – três décimos abaixo da meta. Por outro lado, mesmo ainda que esteja em posições ruins, a Bahia vem melhorando nos últimos anos. O secretário de educação da Bahia Jerônimo Rodrigues ressalta para os esforços feitos na rede estadual de ensino no últimos anos, que se mostraram nos números: na rede estadual de ensino, a nota foi de 2,7 para 3,2 entre os alunos do Ensino Médio. “Nós investimos na formação de professores, temos agora um coordenador pedagógico e reativamos o sistema estadual de avaliação. Somos o estado que mais cresceu no Nordeste”, ratifica o secretário. O Ideb é um índice utilizado pelo MEC para avaliar o desempenho dos estudantes de escolas públicas – redes estadual, municipal, e federal – e privadas, em três níveis: no 5º ano, que se refere às notas dos anos iniciais do Ensino Fundamental, no 9º ano (anos finais do Ensino Fundamental), e no 3º ano do Ensino Médio. O índice, que vai de 0 a 10, é calculado com base na aprovação escolar e nos exames do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), ao qual os alunos são submetidos a provas de Matemática e Língua Portuguesa. Ao final da matéria, você encontra as escolas baianas com as piores e melhores avaliações. A melhor nota, de 7,1, foi do Colégio Militar, e a pior foi do colégio estadual Batista Neves, de 2,3. No relatório divulgado pelo Ministério, somentes as escolas públicas estaduais estavam com os dados do Ideb 2019 atualizados. Os idebs mencionados de caráter nacional referem-se aos dados totais, que incluem escolas públicas e privadas da zonas urbana e rural. Já os regionais incluem as escolas da redes pública e privada somente da zona urbana. A pesquisadora e gestora de projetos educacionais Patrícia Mota Guedes, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento do Itaú Social, alerta que, apesar dos números não tão promissores, existe uma luz no fim do túnel, pois o Ideb baiano vem aumentando nos últimos anos nos três níveis. “É preciso olhar a evolução daquele estado em relação a suas metas. Nesse sentido, temos algumas boa notícias, porque a Bahia superou a meta do Ideb para os anos iniciais”, analisa a pesquisadora. Guedes sinaliza ainda que, apesar da importância do índice, existem alguns critérios subjetivos de avaliação que escapam aos números. “É um termômetro importante, mas sozinho não dá os caminhos necessários para apoiar os professores, para fazer um planejamento pedagógico, para analisar a granularidade das diferenças em sala de aula”, pontua. Continue lendo no Correio24horas.