O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta terça-feira (8) que a volta do horário de verão em 2024 só ocorrerá se for considerada “imprescindível”. Segundo ele, o governo deve tomar a decisão final até a próxima semana. A informação é do G1. “Isso que estou fazendo é serenidade, equilíbrio, diálogo, para que a gente só faça na imprescindibilidade. Se não for imprescindível, vamos esperar o período chuvoso”, declarou o ministro em entrevista a jornalistas. Silveira destacou a importância de avaliar as condições climáticas previstas para o período chuvoso, que se inicia no final do ano. A expectativa é que, caso as chuvas sejam suficientes para reabastecer o sistema elétrico, a necessidade de reinstaurar o horário de verão em 2023 pode ser evitada. “Estou levando ao limite as discussões para ver se [o horário de verão] precisa mesmo ser esse ano ou se nós podemos esperar o período chuvoso e ver os volumes de chuvas que vamos ter. Se forem altos, se formos abençoados com chuvas, aí a gente até evita a necessidade da decretação do horário de verão”, completou Silveira. A decisão, segundo o ministro, deve ser tomada até a próxima semana. Anteriormente, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) havia recomendado a medida e o prazo estipulado pelo ministro para avaliar a situação terminou no dia 29 de setembro.
Economia de R$ 400 milhões
A adoção do horário de verão em 2024 pode gerar uma economia de R$ 400 milhões, conforme estudo realizado pelo ONS. Caso a medida seja implementada a partir de 2026, a economia pode chegar a R$ 1,8 bilhão por ano. O ajuste dos relógios permite maior aproveitamento das fontes de energia solar e eólica, além de reduzir a demanda máxima em até 2,9%. O horário de verão, que passou a ser adotado anualmente desde 1985, foi originalmente pensado para economizar energia ao aumentar o tempo de luz natural disponível. No entanto, devido à mudança no comportamento da sociedade, a eficácia da medida foi questionada ao longo dos anos. Em 2019, o ex-presidente Jair Bolsonaro suspendeu a aplicação do horário de verão. Agora, em 2024, a proposta volta à pauta, não tanto por seu impacto direto na economia de energia, mas por otimizar o uso da energia solar e reduzir a necessidade de acionamento das termelétricas, que são mais caras e poluentes. A adaptação do horário pode ser particularmente benéfica para o setor energético, visto que as usinas eólicas e solares têm seu funcionamento condicionado ao vento e à luz solar, que não são constantes. As usinas eólicas, por exemplo, produzem mais energia durante a madrugada e pela manhã, enquanto as solares geram durante o dia. Ao ajustar os relógios, os padrões de consumo de energia se alinham melhor com os momentos de maior geração dessas fontes mais baratas.
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