O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, agradeceu à população pela defesa do país e quando a invasão russa completou 200 dias, ainda sem perspectivas de uma solução negociada para o conflito. “Nestes 200 dias conseguimos muito, mas o mais importante, o mais complicado, está para chegar”, afirmou o dirigente ucraniano na sua mensagem diária ao país. Zelensky elogiou a ação do exército ucraniano, dos “combatentes que heroicamente contiveram o inimigo” e dedicou o discurso “a todos os que estiveram valentemente de pé durante 200 dias, sendo o motivo exato para que a Ucrânia esteja de pé”. “Acreditamos em vós, aos que estão a fazer o seu trabalho, a arriscar a sua vida, defendendo o seu país durante todos estes 200 dias, a — 15 graus centígrados, a + 35 graus centígrados, às 02:00 ou às 06:00, numa qualquer segunda-feira ou no Dia da Independência, apesar do cansaço, da tensão e do perigo”, assinalou. O Presidente ucraniano agradeceu individualmente às tropas terrestres pela seu “valente e desinteressado trabalho”, um trabalho “duro”, à Força Aérea, que felicitou por “repelir com êxito o inimigo” na região de Donetsk, e às forças navais ao recordar os seus “êxitos”. Zelensky expressou ainda satisfação pelas suas tropas, as que “escrevem a história da independência, a história da vitória, a história da Ucrânia”. A Ucrânia reivindicou um dos seus principais êxitos desde o início da guerra, quando no sábado o Ministério da Defesa anunciou que as suas tropas estavam a registar importantes avanços na região de Kharkiv. A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto. A ONU apresentou como confirmados 5.587 civis mortos e 7.890 feridos, sublinhando que os números reais são muito superiores e só serão conhecidos no final do conflito.(Agência Brasil)