Imagens mostraram o momento em que guardas municipais usaram spray de pimenta para evitar que professores e vereadores entrassem na sede da Prefeitura de Feira de Santana, cidade a 100 quilômetros de Salvador. O caso aconteceu no final da manhã desta quinta-feira (31), mesmo dia em que a categoria decretou greve por tempo indeterminado. A categoria pede reajuste salarial, pagamento integral do salário, licença prêmio, melhores condições de trabalho, mais contratação de professores e merenda escolar.
Os professores se reuniram na frente da Câmara de Vereadores e se deslocaram até a sede da prefeitura da cidade, com o desejo de negociar as pautas com o prefeito Colbert Martins. Os professores contaram que não foram atendidos pelo gestor e afirmaram que houve violência por parte de guardas municipais. Uma professora precisou ser atendida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada para um hospital, por causa da emissão de gás de pimenta. “Nós saímos da Câmera de Vereadores com o apoio de todos os vereadores, viemos para tentar conversar, negociar com o prefeito. Quando chegamos aqui, fomos abordadas de forma violenta, agressiva e nós só estávamos querendo conversar”, contou uma professora. “No momento que entramos, começaram a jogar spray de pimenta, alguns professores começaram a passar mal, eu consegui entrar. Ontem a noite tivemos uma reunião com a secretária, ela nos atendeu ficamos até 21h30 aproximadamente, mas infelizmente ela não atendeu nenhum requisito da categoria”. Em nota, a Prefeitura de Feira de Santana informou que foi surpreendida com a manifestação, na qual chamou de “político-partidária”, com professores ligados à APLB, o presidente da Câmara Municipal, Fernando Torres, vestido com uma camisa de dois partidos, o vice-presidente da Câmara Municipal, Silvio Dias, o vereador Jonathas Monteiro, e outros da oposição. A prefeitura informou que os manifestantes estavam com “ânimos exaltados” e a Guarda Municipal agiu “dentro do necessário para exclusivamente defender o patrimônio público, até porque o prédio é tombado como patrimônio histórico e cultural”. De acordo com a prefeitura, a categoria danificou algumas portas, quebrou vidros, invadiu salas da Secretaria de Governo e ainda tentou agredir funcionários do local.
O órgão afirmou também que outros tiveram que ficar recolhidos no prédio, por estarem temerosos em sofrer um ato de violência. Uma funcionária desmaiou e ambulâncias do Samu foram acionadas por servidores. A Prefeitura informou ainda que na noite de quarta-feira (30), fez uma reunião de negociação com os professores e garantiu o pagamento do piso salarial Nacional. No entanto, a categoria afirmou que o órgão não apresentou proposta para ela. “A proposta não foi descrita, não estava documentada, ela relatou que a proposta do governo era repassar o reajuste linear para o funcionalismo público, ou seja, e a possibilidade de reajustar para os professores que estão na categoria A, na base A, só que não contempla todos os professores”, afirmou uma professora.