Os quase 200 idosos que vivem na Casa de Repouso Bom Jesus, em Paripe, não conseguem ter acesso a serviços de saúde e assistência, pois não têm identificação. De acordo com o gestor da instituição, Luís Santana, quando há um falecimento a burocracia para o sepultamento é enorme. Alguns dos idosos que chegam até Luís foram abandonados pelas famílias, contudo, boa parte vêm das ruas. Diante das condições inóspitas as quais foram submetidos, uma parcela dessas pessoas não possui noção de quem são, de onde vieram ou referência familiar. Em decorrência da rotina nas ruas, que inclui andar descanso pelo asfalto e a exposição excessiva a todas as variantes do clima, as impressões digitais dos pés e das mãos são prejudicadas. Todos esses fatores fazem com que essas pessoas não possam ser identificadas ou não possuam um responsável legal, o que acarreta em diversos outros problemas. Em conversa com o editor-chefe do Portal Muita Informação, Osvaldo Lyra, Luís Santana contou sobre a dificuldade na identificação dessas pessoas que, sem identidade ou responsável legal, não conseguem ter acesso a serviços básicos de saúde nos postos e hospitais públicos, além de não poderem ser beneficiados por programas de assistência governamentais ou regularizarem a sua aposentadoria.
Segundo Luís Santana, até mesmo para a realização de sepultamento ele tem tido dificuldade, uma vez que lhe é pedido a identificação da pessoa ou de um responsável legal. “Quem souber quem são essas pessoas, me ajudem a identificá-las. Não estou querendo devolvê-las! Se você for o familiar de uma delas, pode levar para casa, mas não precisa. O meu pedido é apenas para ajudar essas pessoas e para facilitar o trabalho que faço aqui”, pediu Luís. Ele explica que há um diálogo constante com o Ministério Público e a Defensoria Pública da Bahia, mas não houve avanços, pois o próprio Instituto Pedro Melo tem tido dificuldade em identificá-los por conta da falta de digitais. No abrigo Bom Jesus, que fica em Paripe, 158 idosos são acolhidos. O abrigo também tem uma espaço no bairro de Tubarão, onde há mais 40 idosos. A maior parte deles está em situação de extrema vulnerabilidade social. Quem identificar algum dos idosos da foto, pode entrar em contato com Luís por meio do (71) 98517-0803 ou do (71) 3408-1259.
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