“É um clima de tensão, estamos tentando manter a calma”, afirmou a professora de comunicação da University of South Florida, a baiana Adriana Jacob Carneiro, em relação ao furacão Milton, que deve atingir a Flórida, nos Estados Unidos, nesta quarta-feira (9). A baiana mora com a família na cidade de Tampa há quatro meses, mas está na casa de amigos em uma localidades com menos riscos. A cidade onde Adriana vive está dividida em cinco áreas e em duas delas a evacuação é obrigatória, de acordo com autoridades locais. A obrigatoriedade está relacionada com a rota e a intensidade do furacão, que o governo norte-americano teme ser um dos piores do século na Flórida.
Professora baiana decidiu sair da casa onde vive em Tampa para se proteger do Furacão Milton — Foto: Arquivo pessoal
Adriana mora com a filha de quatro anos, o marido e a cachorrinha em New Tampa, bairro que não faz parte das zonas de evacuação. Eles não precisavam deixar a casa: a recomendação era apenas guardar água, comida e permanecer longe das janelas. Mesmo assim, a professora decidiu sair da casa onde vive nesta quarta-feira. “Quando nos mudamos pra cá, todos diziam que os furacões nunca chegam em Tampa, até o corretor. Na nossa experiência não aconteceu nada disso”, contou. A família dirigiu até a casa de amigos em Wesley Chapel, cidade que fica a cerca de 15 km de Tampa e que tem menores riscos de danos causados pelo furacão. No caminho, Adriana encontrou um cenário que remetia a pandemia da Covid-19: lojas fechadas, quase nenhum carro nas ruas e apenas hospitais em funcionamento. A baiana conta que clima é de cautela, principalmente devido ao furacão Helene, que atingiu o estado há uma semana, provocou ventos de 200 km/h e deixou mais de 220 mortos. Para ela, ele foi uma espécie de “alerta” do que pode ser o furacão Milton. “É uma situação desconhecida não só para mim que sou baiana e nunca tinha lidado com um furacão, mas para os próprios meteorologistas, que consideram que o Milton pode ser um dos piores dos últimos 100 anos”, contou.
G1-BA*