Fim da escala 6×1 é debatida na Câmara, mas PEC ainda busca assinaturas necessárias

12/11/2024 06:38 • 3m de leitura

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), de autoria da deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP), que visa acabar com a escala 6×1 (seis dias de trabalho, um de descanso), já gera discussões entre os deputados, mesmo sem ter ainda as assinaturas necessárias para iniciar sua tramitação. A proposta surgiu após um desabafo de Rick Azevedo, vereador do PSOL-RJ e tiktoker, nas redes sociais, onde ele destacou o impacto da jornada 6×1. Eleito com mais de 29 mil votos, Rick lidera o Movimento Vida Além do Trabalho (VAT), que já conta com mais de 1,4 milhão de assinaturas. Erika Hilton encampou a ideia e agora busca 171 assinaturas na Câmara para protocolar a PEC. Até o momento, em seis meses de mobilização, Hilton obteve cerca de 90 assinaturas, número que cresceu nos últimos dias após ampla repercussão do tema nas redes sociais.

Manifestações contra e a favor

Entre os apoiadores da proposta está o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), que assinou o texto e declarou que a questão faz parte de um movimento global. Rick Azevedo, ao comemorar o apoio de Boulos, reforçou seu pedido de apoio à proposta e destacou seu papel como criador do movimento. Por outro lado, o deputado Amon Mandel (Cidadania-AM) se posicionou contra a PEC, lembrando que uma proposta de redução da jornada já foi apresentada em 2019 e não avançou. Em uma postagem recente, ele afirmou que a mudança poderia prejudicar a economia. Outro parlamentar que assinou a PEC recentemente foi Duarte Júnior (PSB-MA), que justificou sua adesão apenas na última sexta-feira (8), devido ao “grande volume de trabalho”. Já o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) se posicionou contra a proposta, defendendo a manutenção da escala 6×1 em uma postagem no Instagram, onde recebeu uma enxurrada de comentários pedindo sua assinatura. Um dos comentários, inclusive, ultrapassou 13 mil curtidas. A deputada Dandara Tonantzin (PT-MG) também declarou apoio à PEC, afirmando que assinou o texto em maio e reforçando sua posição em uma nova postagem na sexta-feira.

Conheça a proposta

Criado por Rick Azevedo, o Movimento Vida Além do Trabalho (VAT) critica a jornada 6×1 prevista na CLT, defendendo que essa escala contribui para a exaustão e prejudica a saúde dos trabalhadores. A proposta do movimento sugere uma jornada de 4×3 (quatro dias de trabalho e três de descanso) sem redução salarial, acompanhando uma tendência internacional de modelos mais flexíveis. Até agora, a deputada Erika Hilton conseguiu 90 das 171 assinaturas necessárias para que a PEC comece a tramitar no Congresso. Sem o número mínimo, a discussão ainda não avançou formalmente na Câmara dos Deputados.

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