A ideia de transformar uma fazenda de nozes inativa em uma floresta alimentar, para alimentar pessoas carentes, pareceu algo impossível no início, mas deu certo. O trabalho começou em 2016, demorou mais de 2 anos para ser construído, mas hoje, o local é considerado a maior floresta alimentar do país e tem ajudado a reduzir a fome de centenas de moradores de Atlanta, nos Estados Unidos. Além de frutas e legumes, é possível encontrar plantas medicinais, que também podem ser colhidas e usadas para tratamentos de doenças. A floresta fica no bairro de Browns Mill, no sudeste de Atlanta. A região é considerada um deserto alimentar e o supermercado mais próximo fica a 30 minutos de ônibus. A floresta alimentar de Atlanta inspirou organizações de outras cidades a reaproveitarem espaços abandonados e construírem hortas e fazendas comunitárias. Hoje os Estados Unidos contam com outras 70 florestas de alimentos gratuitos.
População mais saudável
A ideia de criar uma floresta de alimentos faz parte de uma missão repleta de propósitos. Grupos de voluntários de Atlanta querem levar alimentos saudáveis para 85% da população até 2022. Hoje, 1 em cada 6 pessoas não tem o que comer e 1 em cada 3 vive abaixo da linha de pobreza. Inicialmente, a floresta foi um projeto de dois grupos, o Conservation Fund e a Trees Atlanta. Juntas, as entidades conseguiram uma concessão do Serviço Florestal dos EUA para ocupar a área. Hoje o espaço pertence ao departamento de parques e mais de 1.000 voluntários ajudam a plantar, regar e manter a floresta. “É realmente um parque para todos”, disse Carla Smith, vereadora de Atlanta que ajudou a iniciar o projeto. “Toda vez que vou, há uma comunidade que respeita e valoriza os alimentos saudáveis e frescos. Existe uma mentalidade de que as pessoas sabem que devem pegar apenas o que precisam”. Para Michael McCord, arboricultor e paisagista responsável pela floresta de Atlanta, “Tudo que sai de um parque é um momento de aprendizado, sejam árvores, trilhas, abelhas ou vegetais. Isso é o que é mais importante para mim – que estamos aumentando a consciência sobre sustentabilidade e agricultura”.