Etanol tem queda em 13 estados, mas na Bahia preço segue alto e gasolina está defasada em 8%

08/05/2025 06:33 • 4m de leitura

O preço médio do etanol hidratado caiu em 13 Estados e no Distrito Federal, subiu em cinco unidades da federação e permaneceu estável em oito durante a semana de 27 de abril a 3 de maio, segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), compilado pelo AE-Taxas. No consolidado nacional, o preço do etanol se manteve estável, com média de R$ 4,32 por litro, na comparação com a semana anterior. Em São Paulo, maior Estado produtor e consumidor do país e com a maior quantidade de postos pesquisados, o preço médio do litro caiu 0,24%, de R$ 4,11 para R$ 4,10. A maior redução proporcional foi registrada no Acre, onde o valor recuou 10,02%, passando de R$ 5,99 para R$ 5,39 por litro. Já a maior alta ocorreu no Rio Grande do Norte, com um aumento de 8,68%, elevando o preço para R$ 5,26. No entanto, na Bahia, preço do etanol segue alto e a gasolina está defasada em 8%.

Etanol mais competitivo que gasolina em seis Estados

O menor preço individual encontrado em um posto foi de R$ 3,38, em São Paulo. O maior valor, de R$ 6,49, foi registrado em Pernambuco. Em relação aos preços médios estaduais, o mais baixo foi observado em Mato Grosso do Sul, com R$ 3,99, enquanto o Amazonas apresentou o valor médio mais alto, com R$ 5,48 por litro. Apesar da oscilação de preços, o etanol continuou mais vantajoso do que a gasolina em seis Estados brasileiros na última semana. A paridade média nacional entre etanol e gasolina ficou em 68,57%, abaixo do limite de 70% que, tradicionalmente, é usado como referência para indicar quando o etanol é mais econômico que a gasolina. Segundo o levantamento, o etanol foi mais competitivo nos seguintes Estados:

  • Acre: 69,82%
  • Mato Grosso: 66,40%
  • Mato Grosso do Sul: 65,73%
  • Minas Gerais: 69,68%
  • Paraná: 68,13%
  • São Paulo: 66,67%

Especialistas do setor destacam que a viabilidade do etanol depende também do modelo do veículo e de fatores como consumo e desempenho. Em alguns casos, mesmo acima da paridade de 70%, o etanol pode representar uma economia.

Gasolina não tem reajuste há mais de 300 dias

Enquanto o etanol apresenta variações semanais, o preço da gasolina segue congelado há 301 dias nas refinarias da Petrobras, sem qualquer reajuste desde julho de 2024. De acordo com relatório da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis) em parceria com a Stonex, a defasagem média entre os preços internos e os de paridade de importação é de 8%, o que abriria margem para uma redução de R$ 0,25 por litro da gasolina. Em polos de importação como Itacoatiara (AM), a defasagem chega a 11%. Em Itaqui (MA) e Suape (PE), o percentual fica em 9%, enquanto nos polos de Paulínia (SP) e Araucária (PR), está em 7%. Na Bahia, onde o mercado é abastecido pela Refinaria de Mataripe, operada pela Acelen, a gasolina também apresenta defasagem de 8% e o diesel de 9%.

Petróleo instável pressiona preços

A ausência de reajustes da gasolina ocorre em um cenário de volatilidade do petróleo no mercado internacional. O barril do tipo Brent operava, nesta última terça-feira (6), em alta de 1,40%, cotado a US$ 61,70, após ter caído na véspera para US$ 60,23. A instabilidade tem sido impulsionada pelas incertezas econômicas globais, principalmente devido às políticas comerciais adotadas pelos Estados Unidos, e também pela expectativa de aumento da produção por parte da Opep+. Com o mercado oscilando e as diferenças regionais nos preços, os consumidores devem seguir atentos às oportunidades de economia ao abastecer, especialmente em Estados onde o etanol se mantém competitivo frente à gasolina.

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