Em vídeo, Bolsonaro afirma que troca na PF seria para proteção de familiares e aliados, diz jornal

12/05/2020 05:51 • 3m de leitura

Em vídeo da reunião ministerial realizada no dia 22 de abril, que foi exibido nesta terça-feira (12) no âmbito das acusações feitas pelo ex-ministro Sergio Moro, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que gostaria de substituir o superintendente da Polícia Federal do Rio de Janeiro para garantir a proteção de familiares e aliados em investigações.  Bolsonaro diz ainda que demitiria até mesmo o então ministro da Justiça Sergio Moro caso não pudesse fazer isso, segundo O Globo.  As declarações do presidente confirmam as acusações de Moro de que Bolsonaro tentou interferir politicamente na PF para frear investigações contra aliados. De acordo com o jornal, fontes que assistiram ao vídeo afirmaram que Bolsonaro diz que precisava “saber das coisas” que estavam ocorrendo na Polícia Federal do Rio e cita que investigações em andamento não poderiam “prejudicar a minha família” nem “meus amigos”. Sob esses argumentos, o presidente afirma que trocaria o superintendente do Rio, o diretor-geral da PF ou até mesmo o ministro da Justiça, para garantir ter acesso a informações e que pessoas próximas não seriam prejudicadas. Ainda no mesmo vídeo, diz a reportagem, Bolsonaro faz diversas críticas e reclamações direcionadas a Moro, afirmando que ele não defendia o governo nos momentos de derrotas jurídicas e pedindo mais engajamento. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello determinou que a perícia da PF transcreva integralmente as declarações do vídeo, para depois decidir sobre sua divulgação.

Vídeo é ‘última cartada midiática’ para tentar provar interferência na PF, diz Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta terça-feira (12) que o vídeo da reunião ministerial realizada no dia 22 de abril é “a última cartada midiática” para “tentar achar” que ele pretendia interferir nas investigações da Polícia Federal. O chefe de Estado concedeu entrevista a jornalistas em frente ao Palácio do Planalto. “Eu não escondo nada de ninguém. O depoimento do Moro, com todo respeito, quem leu com isenção, viu que não tem acusação nenhuma. O do Valeixo a mesma coisa. Esse vídeo agora é a última cartada midiática usando da falácia e da mentira para tentar achar que eu tentei interferir na PF. Pelo amor de Deus, né?”, assegurou. Não existe no vídeo todo a palavra Polícia Federal e nem superintendência. Quem trata da minha segurança de da minha família é o GSI”, garantiu o presidente da República. De acordo com Bolsonaro, ele se dispôs a apresentar o vídeo não oficial à investigação.  “O vídeo é meu. O vídeo não é oficial, mas é meu. Eu poderia não entregar o vídeo. Tem uma sessão na Câmara. Lá, a sessão é oficial. Então, o presidente da Câmara teria que entregar o vídeo. No meu caso não é e eu entreguei, para exatamente evitar falarem que eu sumi com o vídeo porque ele é comprometedor”, disse. “Esse vídeo pode ser todo mostrado a vocês, exceto quando se trata das questões de política externa e segurança nacional”, declarou. “Não pode ser divulgado o vídeo por questão de confidencialidade de ações estranhas ao inquérito”, acrescentou.

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