Em resposta a Doria, Bolsonaro diz que vacina ”não será obrigatória e ponto final”

19/10/2020 04:17 • 2m de leitura

“O meu ministro da saúde já disse claramente que não será obrigatória e ponto final”, disse o presidente Jair Bolsonaro a apoiadores, nesta segunda-feira (19), sobre a vacina contra o novo coronavírus. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a declaração é uma resposta ao governador de São Paulo, João Doria, que afirmou que a vacinação no estado será obrigatória. De acordo com o gestor, a única exceção seria feita para quem tem alguma restrição avalizada por um médico. “Tem um governador aí que está se intitulando o médico do Brasil dizendo que ela [a vacina] será obrigatória. Repito que não será”, continuou Bolsonaro. “Da nossa parte, a vacinação, quando estiver em condições de, depois de aprovada pelo Ministério da Saúde e com comprovação científica e, assim mesmo, ela tem que ser validada pela Anvisa, daí nós ofereceremos ao Brasil, de forma gratuita, obviamente”, disse o presidente. Vale lembrar que ele não teve essa mesma postura, de esperar comprovação científica, ao defender o uso da hidroxicloroquina e da ivermectina para tratar a Covid-19. Bolsonaro sancionou, no início do ano, uma lei aprovada pelo Congresso que diz que “para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do coronavírus, poderão ser adotadas medidas como determinação de realização compulsória de vacinação e outras medidas profiláticas”. Caso haja descumprimento dessas medidas, o texto prevê responsabilização “nos termos previstos em lei”. Enquanto isso, Doria afirmou que vai se reunir com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, nesta quarta-feira (21). O Brasil vai produzir, por meio do Instituto Butantan, a vacina Coronavac, criada pela gigante farmacêutica chinesa Sinovac. O imunizante demonstrou-se seguro nos testes de fase 3, que envolveu mais de 50 mil voluntários ao redor do mundo. No Brasil, 5.600 dos 9 mil participantes do estudo já receberam pelo menos uma dose da vacina. São Paulo espera solicitar um protocolo de uso emergencial da Coronavac junto à Anvisa, caso ela se prove segura e eficaz.

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