Em um discurso contundente na tribuna da Câmara Federal, o deputado Ricardo Maia (MDB-BA) elevou o tom ao cobrar publicamente o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), pela falta de cumprimento de compromissos assumidos com a população de Ribeira do Pombal e Tucano. Maia, que tem sido um aliado do governo estadual, surpreendeu ao expor sua insatisfação com a demora na pavimentação das estradas vicinais que ligam os municípios, uma promessa feita pelo governador durante a campanha. “Meu governador Jerônimo, eu quero fazer uma cobrança. O senhor prometeu ao povo de Ribeira do Pombal e Tucano a pavimentação das estradas vicinais. O senhor não deve ao deputado federal Ricardo Maia, mas ao povo de Tucano e Ribeira do Pombal. Promessa é dívida.” A cobrança pública de um aliado acendeu um alerta nos bastidores políticos, evidenciando um clima de insatisfação crescente dentro da base governista.
Críticas também no PT: Éden Valadares alerta para falta de diálogo
A insatisfação não parte apenas de aliados externos. Dentro do próprio PT, já há sinais de alerta. O presidente do partido na Bahia, Éden Valadares, também fez declarações públicas demonstrando descontentamento com a condução política do governo Jerônimo. Valadares defendeu que a base histórica do PT deve ser ouvida e alertou para o risco de alianças serem enfraquecidas pela falta de diálogo. “Se o governo não dialogar com quem sempre esteve ao seu lado, está errado”, afirmou, em referência ao processo de adesão de novos aliados ao governo estadual. As falas de Maia e Valadares apontam para um mesmo problema: a necessidade do governo Jerônimo Rodrigues de afinar a relação com sua base. Enquanto o MDB cobra a execução de compromissos assumidos, setores do próprio PT alertam para possíveis desgastes internos. Nos bastidores, a expectativa é de que o governo estadual se posicione sobre as cobranças e tente conter a insatisfação antes que ela ganhe maiores proporções. Afinal, as estradas não pavimentadas de Ribeira do Pombal e Tucano podem se tornar um símbolo de um desgaste maior dentro da base governista.
