Cura do HIV: cientistas conseguem eliminar o vírus de genomas de animais vivos

02/01/2020 09:35 • 2m de leitura

Uma equipe de cientistas conseguiu eliminar o vírus HIV-1 do DNA de ratos vivos, de acordo com um estudo publicado sobre o assunto. Esta foi a primeira vez na História que o procedimento foi bem sucedido em animais. “Nosso estudo mostra que o tratamento para suprimir a replicação do HIV e a terapia de edição de genes, quando administrados sequencialmente, pode eliminar o HIV de células e órgãos de animais infectados”, disse um dos autores da pesquisa, Kamel Khalili, em comunicado. O trabalho foi resultado dos esforços de uma equipe composta por imunologistas, biólogos moleculares e farmacologistas. Atualmente o tratamento para o HIV concentra-se no uso de terapia anti-retroviral (TAR), que suprime a replicação do vírus, mas não o elimina do organismo e precisa ser usado diariamente por quem tem a doença, caso contrário o microrganismo pode se recuperar e voltar a se replicar. A persistência do HIV no corpo humano é diretamente atribuída à capacidade do vírus de integrar sua sequência de DNA aos genomas das células do sistema imunológico, onde ele fica inativo e fora do alcance dos medicamentos anti-retrovirais. Anteriormente Khalili já havia editado o DNA de roedores com HIV com auxílio do CRISPR-Cas9, mas o sucesso só veio quando a técnica foi associada a uma tecnologia chamada de LASER ART, que impede o vírus de se replicar em níveis elevados ao longo de um longo período de tempo. No geral, o laser reduz a necessidade de administração de medicamentos, pois funciona juntamente com anti-retrovirais (transformados em nanocristais), que são distribuídos e armazenados nos tecidos onde o HIV está “dormente”, permitindo que as drogas sejam liberadas lentamente. “A grande mensagem deste trabalho é que é preciso tanto o CRISPR-Cas9 quanto a supressão de vírus por meio de um método como o LASER ART, administrado em conjunto, para produzir uma cura para a infecção pelo HIV”, escreveu Khalili. “Agora temos um caminho claro para avançar para testes em primatas não-humanos e possivelmente realizar ensaios clínicos em pacientes humanos durante o ano.”

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