Cristãos no Afeganistão temem perseguição do Talibã

22/08/2021 09:59 • 2m de leitura

Após a queda do Afeganistão nas mãos do Talibã, muitos se questionaram sobre o que aconteceria com os grupos minoritários no país, que deve voltar a assumir a sharia, a lei islâmica, de um modo bastante estrito. Os cristãos são um dos menores grupos do país. Não se sabe ao certo quantos cristãos existem lá, mas estimativas apontam entre 3.000 e 12.000 crentes, num total de 38 milhões de pessoas aproximadamente. Antes mesmo do Talibã assumir o Afeganistão, a vida dos cristãos não era fácil. Dentro do ordenamento jurídico do país, a apostasia (ou seja, trocar o islã por outra religião) já era punida até com a pena de morte, de acordo com o relatório da ACN Internacional, ONG que descreve a situação de liberdade religiosa no mundo. “O Cristianismo é visto como um religião ocidental e estranha ao Afeganistão. A opinião pública a respeito do proselitismo de cristãos a muçulmanos é abertamente hostil”, afirma o relatório produzido pela ONG em 2021. O texto conclui que apesar de uma cláusula constitucional garantir a tolerância religiosa, aqueles que praticam abertamente sua fé cristã ou se convertem do islamismo ao cristianismo estão em risco.

Situação piora com o Talibã
Embora o porta-voz talibã, Zabihulla Mujahid, tenha dito em sua primeira aparição que concederia uma anistia geral ao país, para que a transição de poder pudesse ser realizada de uma maneira mais tranquila, na prática relatos de perseguição a pessoas que colaboraram com o regime anterior começaram a aparecer. A BBC teve acesso a um documento da Centro Norueguês de Análises Globais RHIPTO, organização que fornece inteligência para a ONU, afirmando que “há um grande número de indivíduos que estão sendo alvos do Talibã e a ameaça é clara”. Christian Nellemann, que chefia o grupo por trás do relatório, disse que o texto descreve que “a menos que eles se entreguem, o Talibã irá prender e processar, interrogar e punir familiares em nome desses indivíduos”. Continue lendo na Gazeta do Povo.

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