A Fundação Oswaldo Cruz – Instituto Gonçalo Moniz (Fiocruz Bahia) recomendou que o carnaval de 2022 só seja realizado em Salvador quando 90% da população estiver vacinada com a segunda dose. Além disso, o órgão destacou que é importante estimular a imunização, principalmente aos jovens. A orientação foi encaminhada por ofício à Comissão Especial de Acompanhamento da Retomada dos Eventos, da Câmara Municipal de Salvador. O documento foi divulgado durante uma audiência pública foi realizada na terça-feira (23). No ofício, a Fiocruz Bahia detalhou que tem usado o parâmetro de 80% das pessoas com o esquema vacinal completo (as duas doses, ou a vacina de dose única), para que se tenha segurança na realização de eventos. No entanto, pelo fato do carnaval ser um evento de massa, com muitas aglomerações e circulação de pessoas – incluindo turistas de outros estados e países –, a fundação considera ainda mais adequada a vacinação de 90% das pessoas com esquema completo, antes da realização da festa. A fundação indicou também a necessidade do controle do passaporte da vacina – já que no carnaval o país tenderá a receber muitas pessoas não vacinadas dos Estados Unidos e da Europa, que podem considerar o Brasil um bom destino para os grupos antivacinas. Representantes de vários setores participaram da audiência pública, incluindo Marcos Sampaio, que é presidente do Conselho Estadual de Saúde, e Everaldo Braga, que é presidente do Conselho Municipal de Saúde. Ambos se posicionaram contra a realização do carnaval, e destacaram a importância de acompanhar os índices de contaminação. As secretarias de Saúde do estado e do município também tiveram representantes e apontaram, com dados, a baixa vacinação da população baiana. A subcoordenadora de controle de doenças imunopreviníveis de Salvador, Doiane Lemos, participou do encontro e informou que, atualmente, a taxa cobertura vacinal da capital é de 75%. Já o presidente do Conselho Municipal do Carnaval (Comcar), Flávio Souza, ressaltou a importância de se oficializar o carnaval porque, para ele, festas serão realizadas sem controle, principalmente nos bairros. Ele avaliou que, com a oficialização do carnaval, a fiscalização seria intensificada e a segurança maior, com definição de protocolos.