O relógio marca 18 horas e logo pai, mãe e filhos estão reunidos em casa. No entanto, as crianças vão direto mexer no celular, computador ou assistir televisão, enquanto a mãe se esforça para organizar tarefas domésticas depois de um longo dia de trabalho e o pai tenta finalizar algumas atividades. Aos poucos, cada um prepara o próprio lanche na cozinha e apenas algumas perguntas e respostas bem objetivas quebram o silêncio do ambiente até a hora de dormir. O que deveria ser uma noite com a família reunida não passa de um encontro trivial entre pessoas sozinhas. A situação descrita acima pode até parecer exagerada, mas, segundo a psicopedagoga Elenice Monteiro, cenas assim acontecem cada vez mais, principalmente quando pais não dedicam tempo de qualidade à família, deixam crianças e adolescentes livres para usar aparelhos eletrônicos quando quiserem, e passam semanas sem conversar, de verdade, dentro de casa. “Aos poucos, essa falta de comunicação faz com que os filhos comecem a se isolar, evitem falar com os pais e tenham pressa no momento de realizar alguma tarefa com eles”, afirma. Além disso, a especialista explica que os filhos podem tentar compensar a falta de contato com os pais de outras formas que interferem em seu desenvolvimento e até na segurança. “Acabam se envolvendo com jogos violentos, redes sociais, e isso os coloca em contato com pessoas que nem sempre têm boas intenções”, alerta. “Sem contar que o exagero no uso dos dispositivos eletrônicos pode causar alienação na fala e no comportamento, prejudicando a socialização dessa criança com pessoas reais”. Por isso, a psicopedagoga garante que é necessário diminuir o tempo que as crianças e adolescentes passam em contato com as telas e utilizar esse período sem o uso da tecnologia para fortalecer o vínculo familiar. “Aí vale aproveitar o horário das refeições para falar com os filhos, ter um momento de leitura com eles, desfrutar do fim de semana juntos e brincar”, aconselha. Continue lendo no Sempre Família.