O saldo total aplicado na caderneta de poupança alcançou pela primeira vez na história a marca de R$ 1 trilhão em setembro, segundo dados divulgados nesta terça-feira (6) pelo Banco Central. Benefícios do governo, como saque do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), e o auxílio emergencial, podem explicar o movimento de alta nos depósitos durante a pandemia, já que são pagos por meio de conta-poupança digitais da Caixa Econômica Federal. No mês, os depósitos em caderneta poupança superaram os saques em R$ 13,2 bilhões. Desde o início da crise sanitária, a caderneta tem registrado valores elevados em captação líquida, na comparação com o restante da série, e bate recordes no saldo. Os brasileiros depositaram R$ 294 bilhões na poupança em setembro, o maior volume da série histórica iniciada em janeiro de 1995. Os saques também bateram recorde e ficaram em R$ 280 bilhões. Com a flexibilização do isolamento social e a reabertura dos comércios, as pessoas voltaram a consumir e, por isso, retiraram mais recursos da poupança. Em setembro de 2019, diferença entre depósitos e saques foi positiva em R$ 8,7 bilhões, 34% a menos que o registrado no mesmo mês deste ano. Em agosto, a captação líquida chegou ao menor nível desde o início da crise sanitária, e fechou o mês em R$ 11,4 bilhões, queda de quase 60% em relação a julho, mas ainda acima dos patamares registrados antes da pandemia. No ápice da crise, em abril, a poupança bateu recorde com captação de R$ 30,4 bilhões. O resultado foi superado em maio, com R$ 37,2 bilhões, o maior da série histórica até agora. A poupança rende a Taxa Referencial (TR), hoje zerada, mais 70% da Selic, que está em 2% ao ano. A regra prevê que, quando a taxa básica de juros estiver acima de 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será 0,50% ao mês, mais TR. Caso a taxa Selic esteja menor ou igual a 8,5% ao ano, o investimento é remunerado a 70% da Selic, acrescida da TR.