Uma “infestação” de sapos foi registrada por moradores de Feira de Santana, na terça-feira (20). Em um vídeo compartilhado nas redes sociais, centenas de anfíbios aparecem amontoados nas ruas do bairro Campo Limpo. Apesar de parecer algo fora do comum, o professor doutor Marcelo Felgueiras Napoli, do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia, explica que este é um caso de reprodução explosiva, ou seja, quando diversos machos e fêmeas se reúnem para reproduzir – e então vários filhotes nascem ao mesmo tempo. “Este mecanismo é muito comum e não se trataria de uma epidemia de sapos ou algo parecido, é o esperado”, afirmou. Os sapinhos que aparecem no vídeo são filhotes da espécie sapo-cururu ou sapo-granuloso, que podem atingir 10 e 8 centímetros de comprimento na fase adulta. As duas espécies citadas pelo biólogo se reproduzem de forma explosiva, geralmente nos meses em que as temperaturas estão altas, como no verão, e durante períodos de chuvas com trovoadas, como as que atingem diversos municípios na Bahia neste mês de fevereiro. “Machos e fêmeas saem de seus esconderijos e migram para locais em que há poças temporárias ou permanentes, mantidas principalmente pela água da chuva. Nestes locais, a densidade destas espécies aumenta rapidamente e as fêmeas nem mesmo têm tempo de escolher os machos”, contou. Ao longo dos dias, os ovos fecundados viram larvas, que se desenvolvem em girinos e depois viram os sapinhos que aparecem no vídeo. “Eles vão dispersar a procura de ambientes úmidos e com vegetação em que possam se refugiar e alimentar, crescendo e aumentando de tamanho corpóreo”, explicou o professor. Também nesta época do ano, em que há o combo calor e chuva, há uma grande migração de sapos, rãs e até mesmo pererecas adultos. Eles vão para sítios reprodutivos, sendo atraídos pelo coaxar de outros exemplares.
Segundo o professor Marcelo Felgueiras Napoli, esses locais são: