Cachorros são treinados para sentir o cheiro da Covid-19 em pessoas assintomáticas

23/06/2020 03:17 • 2m de leitura

Os cachorros são capazes de sentir cheiros que muitas vezes os seres-humanos não conseguem detectar. E essa habilidade canina pode ser uma aliada no combate ao coronavírus. Um grupo de cientistas do Reino Unido está treinando cachorros para que eles possam reconhecer o cheiro da Covid-19. Há estudos que comprovam que as doenças têm cheiros. Dizem que a febre amarela, por exemplo, cheira a carne crua. A tuberculose, por sua vez, começa com cheiro de cerveja velha, mas depois se torna mais como uma espécie de salmoura. “Poderíamos detectar uma colher de açúcar em uma xícara de chá, mas um cachorro poderia detectar uma colher de açúcar em duas piscinas olímpicas. É nesse nível”, afirma o professor James Logan, chefe do departamento de controle de doenças da Escola de Higiene de Londres e Medicina Tropical, em entrevista ao jornal britânico “The Guardian”. Estima-se que os cachorros têm um olfato entre 10 mil e 100 mil vezes melhor que a do ser humano médio. Os estudos começaram através de Asher, um cachorro da raça cocker spaniel. Asher chegou à organização Medical Detection Dogs (Cães de Detecção Médica, na tradução do inglês) após ter vários donos e não conseguir ficar com nenhum devido a sua hiperatividade. Co-fundadora da Medical Detection Dogs, a Dra. Claire Guest viu em Asher potencial para um bom “detector de cheiros” e, ao lado do professor James Logan, Guest começou a treinar o cocker spaniel para reconhecer pessoas que tinham contraído a malária. Logan e Guest estavam planejando lançar o projeto da malária ainda no primeiro semestre de 2020, mas a Covid-19 chegou com força e os planos da dupla foram modificados. Com o novo vírus tomando grandes proporções mundiais, Asher mudou o seu foco e passou a treinar o cheiro do coronavírus. O projeto da Covid-19 está atualmente na fase de coleta de amostras. O estudo é feito com meias de náilon que ficam com odores corporais, além de máscaras faciais, enviadas para cerca de 3.200 funcionários do Serviço de Saúde Nacional do Reino Unido que usarão as máscaras por um período e devolverão ao laboratório de James Logan para análise.

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