
O Ministério da Saúde confirmou, nesta quarta-feira (15), que o Brasil contabiliza 41 casos de intoxicação por metanol em quatro estados, após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Outras 107 ocorrências estão em investigação e 469 foram descartadas. As informações são do G1. Os estados com casos confirmados são São Paulo (33), Paraná (4), Pernambuco (3) e Rio Grande do Sul (1). Entre os óbitos, seis foram registrados em São Paulo e dois em Pernambuco, enquanto outros dez permanecem sob investigação em diferentes estados.
Entre os registros ainda em análise, São Paulo concentra 57 notificações. Pernambuco aparece em seguida com 12 casos, Rio de Janeiro com seis, Mato Grosso do Sul com quatro, Piauí com três, Rio Grande do Sul com três, e Alagoas, Goiás e Paraná com um caso cada. O levantamento do Ministério da Saúde detalha ainda a distribuição por cidades, como Recife, com seis casos suspeitos, e Lajedo (PE), com três casos confirmados. Cidades de Alagoas, Goiás e Mato Grosso do Sul também têm registros em investigação, reforçando a necessidade de atenção contínua das autoridades e da população.
O Ministério da Saúde, em conjunto com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), divulgou orientações para identificação e tratamento da intoxicação por metanol. Médicos e unidades de saúde devem reconhecer precocemente os sintomas, administrar etanol ou fomepizol como antídoto imediatamente, encaminhar casos graves para UTI e notificar autoridades de saúde sem demora. O uso de fomepizol, medicamento importado que bloqueia a ação tóxica do metanol, será distribuído para centros de toxicologia em todo o país. O lote, proveniente dos Estados Unidos, deve chegar ainda nesta semana, reforçando a resposta do governo à emergência.
Para agilizar os diagnósticos, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) da Unicamp ampliará sua capacidade de análises, podendo realizar até 190 exames por dia. Além disso, a Fiocruz disponibilizará seu laboratório para apoio aos estados, formando uma estrutura permanente de análise de casos de intoxicação química. O ministro Alexandre Padilha explicou que o governo criou uma sala de situação para acompanhar a evolução dos casos e implementar estratégias de resposta rápidas, incluindo medidas para confirmar ou descartar casos de forma ágil.
Após o crescimento no número de casos de intoxicação por metanol, as cachaças de alambique produzidas no Brasil terão um novo selo de origem e autenticidade a partir de 2026. A medida, desenvolvida pela Associação Nacional da Cachaça de Alambique (Anpaq), tem o objetivo de reforçar a rastreabilidade dos produtos e garantir mais segurança aos consumidores, após o aumento de casos de intoxicação por metanol em bebidas adulteradas no país. O selo de procedência funcionará como um certificado de origem que permitirá identificar a fabricação e a trajetória de cada lote, aumentando a confiança na cadeia produtiva. Atualmente, já existe um selo que atesta a origem das bebidas, mas o novo modelo permitirá rastrear as cachaças de forma mais detalhada, da produção ao ponto de venda.
Muita Informação*