O Consulado Geral do Brasil em Paris confirmou que há uma brasileira entre as vítimas do atentado ocorrido nesta quinta-feira (29) na Basílica de Notre-Dame, em Nice, cidade francesa. Trata-se da baiana, de Salvador, Simone Barreto Silva de 44 anos. De acordo com a emissora francesa RFI, uma prima da vítima afirmou que Simone morreu em um restaurante próximo ao local, para onde tentou fugir. A baiana vivia na França há 30 anos e deixa três filhos. As últimas palavras de Simone teriam sido: “Diga aos meus filhos que eu os amo”. Um dos proprietários do restaurante l’Unik, onde Simone chegou completamente ensanguentada, Brahim Jelloule, falou à TV France Info, ainda em estado de choque, que esteve em contato com Simone nas sua última hora e meia de vida. “Ela atravessou a rua, toda ensanguentada, e meu irmão e um dos nossos funcionários a recuperaram, a colocaram no interior do restaurante, sem entender nada, e ela dizia que havia um homem armado dentro da igreja. O irmão de Jelloule e o funcionário chegaram a entrar na igreja, mas viram o homem armado com uma faca, foram ameaçados e saíram correndo para não morrerem também. Foram eles que acionaram a polícia. Segundo Jelloule, Simone morreu uma hora e meia depois de ter sido ferida. O atentado ocorreu às 9h da França. A RFI também está em contato com o Consulado do Brasil em Paris, que falou brevemente com a irmã da vítima, e disse que está em acompanhando o caso e pode ajudar nos trâmites burocráticos. O cônsul honorário do Brasil em Nice também está em contato e deve dar mais informações na sexta-feira pela manhã. O Consulado ainda não foi informado oficialmente pela Polícia francesa. Nascida no Lobato, na Cidade Baixa, no subúrbio de Salvador, Simone Barreto, 44, estava na a França “há pelo menos 30 anos”. Simone tinha formação de cozinheira e atualmente trabalhava como cuidadora de idosos. Ela tinha nacionalidade francesa. Segundo membros da Ala Mulheres na Resistência da Lavagem da Madeleine, evento cultural brasileiro que acontece há 19 anos em Paris, Simone e suas irmãs “participaram da Ala em 2019 e não vieram este ano por causa da Covid-19”. Ela teria vindo a Paris em 2019 com uma filha, ainda bebê. Além disso, Simone era agitadora cultural em Nice e teria organizado, com suas irmãs e primas, a Festa de Yemanjá de Nice. A reportagem da RFI falou com a Delegacia Central de Polícia de Nice, que não confirmou a informação, pois o delegado responsável pela Imprensa “teve um dia muito duro” e não faria plantão na noite desta quinta-feira.