
O número de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) apresentou aumento na Bahia e mais 12 estados brasileiros, além do Distrito Federal nas últimas seis semanas, conforme dados divulgados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Boletim InfoGripe. O crescimento está relacionado, principalmente, à circulação do vírus influenza A, além de outras infecções respiratórias.
As regiões afetadas pelo crescimento da SRAG são: Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. De acordo com a Fiocruz, o cenário é impulsionado não só pela influenza A, mas também pelo avanço do vírus sincicial respiratório (VSR) e, em menor grau, pelo rinovírus.
A análise das quatro semanas mais recentes mostra que o VSR correspondeu a 56,9% dos resultados positivos entre os casos de SRAG. Na sequência, aparecem o rinovírus com 25,5%, a influenza A com 15,7%, o SARS-CoV-2 (vírus causador da covid-19) com 3,9%, e a influenza B com 1%. Nos registros de óbitos por SRAG nesse mesmo período, o SARS-CoV-2 foi identificado em 35,7% das ocorrências. A influenza A esteve presente em 30,4% dos casos fatais, o rinovírus em 16,1%, o VSR em 10,1% e a influenza B em 3,6%.
De acordo com a pesquisadora do Programa de Processamento Científico da Fiocruz e do InfoGripe, Tatiana Portella, é necessário reforçar as medidas de proteção. Entre elas, estão o uso de máscaras em ambientes fechados e nos postos de saúde. “Reforçamos também a importância da vacinação contra o vírus influenza. Quem faz parte do grupo elegível e ainda não se vacinou deve procurar um posto de saúde o quanto antes”, afirmou.
O VSR é uma das principais causas de bronquiolite em crianças pequenas. Inicialmente, provoca sintomas semelhantes ao resfriado comum, como tosse, dor de cabeça e coriza. Com a progressão do quadro, o vírus atinge as vias respiratórias inferiores e pode levar a complicações respiratórias, como bronquiolite e pneumonia.
O rinovírus está entre os vírus mais comuns que causam infecções respiratórias superiores. A transmissão é considerada fácil, e ele está presente durante todo o ano, com maior circulação na primavera. Embora, em geral, não cause complicações graves, pode evoluir para quadros severos em crianças pequenas ou pessoas com condições de saúde preexistentes.
Os vírus da gripe são classificados em quatro tipos: A, B, C e D, sendo os tipos A e B os mais recorrentes entre humanos. A doença pode gerar complicações, especialmente em pessoas com doenças crônicas, idosos e crianças menores de dois anos. A vacinação anual é a principal medida de proteção recomendada para esses grupos.
A campanha nacional de vacinação contra a gripe foi iniciada oficialmente no dia 7 de abril, em todas as regiões do Brasil, com exceção da Região Norte. Nessa área, a vacinação será realizada no segundo semestre, período de maior incidência da doença, conforme orientações do Ministério da Saúde.
Para aqueles que não pertencem ao público-alvo da campanha, mas desejam ser vacinados contra a gripe, a alternativa é buscar o imunizante na rede particular ou aguardar a conclusão da vacinação dos grupos prioritários. Após esse período, eventuais doses remanescentes poderão ser disponibilizadas para outros públicos, conforme orientações do Ministério da Saúde.
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