
A Bahia encerrou a safra de soja 2024/2025 com um resultado inédito, consolidando-se como uma das principais potências agrícolas do Brasil. De acordo com o levantamento técnico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), a produção atingiu 8,7 milhões de toneladas, distribuídas em uma área plantada de 2,1 milhões de hectares. A produtividade média foi de 68 sacas por hectare, a melhor dos últimos 30 anos, refletindo o avanço das tecnologias e das boas práticas adotadas no campo.
Avanço técnico e protagonismo nacional
Os dados foram coletados pelo Núcleo de Agronegócio da Aiba, com base em 140 amostras de campo realizadas nas cinco principais microrregiões produtoras do estado. A metodologia, validada pelo Conselho Técnico-Consultivo da Aiba, liderado por Orestes Mandelli, garantiu precisão e credibilidade ao levantamento. Segundo Mandelli, os números expressam o amadurecimento técnico dos produtores baianos. “Trata-se de um levantamento criterioso, com base em metodologia consolidada, e os números refletem uma safra robusta e tecnicamente validada. O agricultor baiano está colhendo os frutos de um trabalho contínuo, baseado em conhecimento técnico, responsabilidade e adaptação às condições do campo”, declarou. O presidente da Aiba, Moisés Schmidt, ressaltou que o desempenho da safra reflete o compromisso do setor produtivo com a eficiência e a sustentabilidade. Ele também destacou o empenho do agricultor, o uso de tecnologias de ponta, o manejo adequado das lavouras e à atuação de equipes técnicas. “Como a do Programa Fitossanitário, que monitora continuamente o campo com foco na sanidade vegetal. A Bahia mostra que é possível produzir mais, com responsabilidade e respeito ao meio ambiente”, afirmou.
Entre os elementos que contribuíram para o desempenho recorde, destacam-se o investimento contínuo em biotecnologia, agricultura de precisão e manejo integrado de pragas. De acordo com o gerente de Agronegócios da Aiba, Aloísio Júnior, a produtividade média de 68 sacas por hectare é um marco que consolida o avanço da agricultura na Bahia. “Esse resultado é consequência direta do comprometimento do produtor com boas práticas, das condições climáticas favoráveis e da atuação preventiva do Programa Fitossanitário, especialmente no controle da Ferrugem Asiática”, avaliou. Outro ponto relevante foi a expansão de práticas agrícolas sustentáveis, como o Sistema Plantio Direto na Palha (SPD). Essa técnica, amplamente utilizada pelos produtores baianos, melhora a qualidade do solo, promove a fixação de carbono e contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa. Além disso, a irrigação sustentável desempenha um papel cada vez mais decisivo. Atualmente, a Bahia conta com 334 mil hectares irrigados, um aumento de 40% nos últimos dois anos. Esse avanço foi impulsionado pelos estudos do Potencial Hídrico do Urucuia — uma iniciativa coordenada pela Aiba, com apoio da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e do Governo do Estado da Bahia, que orienta a expansão racional e sustentável da agricultura irrigada.
Paralelamente à safra de soja, a colheita do milho também avança de forma significativa no estado. A área plantada foi de 105 mil hectares, com uma produtividade média estimada em 187 sacas por hectare, totalizando aproximadamente 1,17 milhão de toneladas. Orestes Mandelli destacou que esse desempenho é resultado de investimentos contínuos em fertilidade do solo, escolha de híbridos de alta performance e manejo fitossanitário eficiente. Segundo o nono levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a colheita do milho na Bahia já ultrapassou a metade da área plantada e deve ser concluída nas próximas semanas. A produtividade média nacional, conforme o mesmo relatório, está estimada em 195 sacas por hectare.
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