Um dos mais graves desastres aéreos da Coreia do Sul ocorreu neste domingo (29), quando um avião da companhia Jeju Air pegou fogo após derrapar na pista do aeroporto da cidade de Muan, a cerca de 290 km ao sul de Seul, capital do país aisático. O acidente, que deixou 176 mortos, aconteceu durante o pouso do Boeing 737-800, que retornava de Bangcoc com 181 pessoas a bordo. Segundo o Ministério dos Transportes, o trem de pouso dianteiro da aeronave, aparentemente, não foi acionado, levando o avião a ultrapassar a pista e colidir com um muro de concreto, provocando uma explosão.
Equipes de emergência retiraram dois tripulantes com vida dos destroços. Ambos estão conscientes e não correm risco de morte, segundo as autoridades de saúde. Outras três pessoas permanecem desaparecidas quase nove horas após o acidente. Imagens divulgadas por emissoras sul-coreanas mostram o avião derrapando em alta velocidade, aparentemente com o trem de pouso ainda recolhido. O impacto deixou a aeronave completamente destruída, com apenas a cauda ainda reconhecível. O chefe do corpo de bombeiros de Muan, Lee Jeong-hyeon, informou que as causas do acidente estão sendo analisadas, incluindo a possibilidade de colisão com pássaros. De acordo com o Ministério dos Transportes, registros iniciais indicam que a torre de controle alertou o piloto sobre a presença de aves na área e sugeriu um pouso alternativo, mas o avião prosseguiu para a pista original, enviando um sinal de socorro momentos antes do impacto.
Autoridades confirmaram que os gravadores de voz da cabine e os dados de voo da caixa-preta foram recuperados e serão analisados por especialistas. Um alto funcionário do Ministério dos Transportes, Joo Jong-wan, afirmou que as investigações iniciais já estão em andamento para esclarecer as circunstâncias do acidente.
A Jeju Air divulgou um comunicado expressando “profundas desculpas” às famílias das vítimas e comprometeu-se a lidar com as consequências do acidente. Em entrevista coletiva, o presidente da companhia, Kim E-bae, curvou-se junto a outros executivos como gesto de respeito e lamentação. Kim destacou que a aeronave passou por inspeções regulares sem apresentar falhas mecânicas e afirmou que aguardará os resultados das investigações governamentais para determinar as causas do acidente. A fabricante Boeing também se manifestou por meio da plataforma X (antigo Twitter), afirmando estar em contato com a Jeju Air e pronta para prestar assistência na apuração e tratamento do ocorrido.
No último dia 14 de dezembro, o cenário político da Coreia do Sul foi abalado com a aprovação do impeachment do presidente Yoon Suk Yeol pelo parlamento. O Tribunal Constitucional do país tem até seis meses para decidir se ratifica a medida. Caso o afastamento seja confirmado, uma nova eleição presidencial deverá ser realizada em até 60 dias. O ponto de ruptura para a queda do presidente foi a imposição da lei marcial em 3 de dezembro. A medida, que substituiu a legislação civil por normas militares, gerou indignação imediata no país. Yoon Suk Yeol justificou o ato alegando a necessidade de proteger o país de supostos aliados da Coreia do Norte infiltrados em território sul-coreano. No entanto, a decisão foi amplamente vista como uma tentativa de calar a oposição, especialmente ao suspender o funcionamento da Assembleia Nacional e colocar a imprensa sob controle governamental.